71. VIRGIN STEELE – VISIONS OF EDEN

Desde o lançamento do primeiro “Marriage Of Heaven And Hell”, no ano de 1994, David Deffeis (líder do Virgin Steele), além de ter abandonado o característico Hard Rock praticado pela banda até então substituindo-o definitivamente por uma sonoridade bem mais ligada ao Heavy Metal e extremamente épica, pegou o gosto em transformar os discos do Virgin Steele em grandes trabalhos conceituais, com álbuns duplos ou divididos em duas partes e sempre tendo como temática as diversas mitologias existentes no ocidente. “Visions Of Eden (The Lilith Project – A Barbaric Romantic Movie To The Mind)”, de 2006, é o décimo terceiro trabalho de estúdio do grupo e mais um grande passo dentro dessa preferência criativa.
Além de aumentar consideravelmente as linhas de teclado e piano presentes nesse álbum, e de Edward Pursino mais uma vez entregar um competentíssimo trabalho de guitarras, aponto mais uma vez como grande destaque do grupo americano nesse momento, e como pode ser visto claramente em “Visions Of Eden”, os maravilhosos e únicos vocais de David Deffeis, que parece vir aperfeiçoando ainda mais suas técnicas apresentando atuações cada vez melhores em seus últimos trabalhos.
Entre as melhores músicas de “Visions Of Eden” encontram-se as mais agressivas e rápidas “Black Light On Black”, “Bonedust” e “Childslayer”, a lindíssima “Angel Of Death” e “When Dusk Fell” com um verdadeiro espetáculo de interpretação vocal de Deffeis (um dos meus vocalistas preferidos dentro do Heavy Metal), de arrepiar. E finalmente, a épica “Visions Of Eden”, seguindo a linha do que o Virgin Steele faz de melhor atualmente, misturando seu Heavy Metal tradicional característico a passagens mais clássicas e eruditas. Brilhante!
Mas infelizmente nem tudo é perfeito nesse álbum, e um, pode-se dizer, grande defeito dele, é certamente a ausência de peso em várias passagens. Tudo é muito limpo o que torna algumas partes de músicas um pouco cansativas e, as vezes, até desinteressantes, bem diferente do que é sempre esperado em um trabalho dos americanos, que apesar de sempre primar muito pelo lado técnico, sempre teve como um de seus principais méritos construir melodias épicas com momentos rápidos e agressivos espetaculares. Nesse álbum a agressividade é um tanto quanto tímida, deixando uma sensação de que falta algo e que esse álbum poderia ser ainda melhor.
Esse não seria um álbum que eu indicaria para pessoas que ainda não conhecem a banda. Nesse caso indicaria o outro trabalho dos caras que também foi resenhado aqui no sonorizando: “Invictus”.
Minha edição é a nacional, distribuída aqui pela Dynamo Records de forma bastante competente.

Tracklist
01. Immortal I Stand (The Birth Of Adam)
02. Adorned With The Rising Cobra
03. The Ineffable Name
04. Black Light On Black
05. Bonedust
06. Angel Of Death
07. God Above God
08. The Hidden God
09. Childslayer
10. When Dusk Fell
11. Visions Of Eden

Mais Virgin Steele no Sonorizando:
Invictus (1998)

Comentários

Nexus 82 disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Nexus 82 disse…
A falta de peso é para se encaixar no contexto pretendido por Defeis. Não é um "defeito", mas Defeis quis fazer o som desta forma para soar algo diferente de tudo o que fizeram antes, e o resultado foi deslumbrante do ponto de vista atmosférico! É um álbum cheio de ideias com algumas das melhores músicas da banda, como "God Above God", "Angel Of Death", "Black Light On Black". A banda continua com a cornucópia infalível! E aguardo ansioso pelo novo álbum, a ser lançado em setembro do ano que vem!!!!
Sonorizando disse…
Sempre é bom ler opiniões coerentes Nexus. Gostei muito do seu comentário. Em breve mais Virgin Steele aqui no blog.

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