111. SYSTEM OF A DOWN - TOXICITY

Em meados do ano de 2002 acontecia no continente asiático a Copa do Mundo de futebol sediada em conjunto por Japão e Coréia. Nela o Brasil sagrava-se penta campeão mundial de futebol e fazia a alegria de milhões de embriagados brasileiros que tiveram que mudar hábitos etílicos milenares para se adequar aos horários dos jogos. Com os mesmos acontecendo todos no período da madrugada ou logo no começo da manhã, e devido a um interessante sistema de rodízio alcóolico na casa de amigos e amigas para acompanhar as partidas, acabei conhecendo uma considerável quantidade de sons diferentes, vários deles completamente fora do Heavy Metal e que ao passar do período (felizmente) jamais voltei a escutar. Mas outros desses sons acabaram marcando a época e se tornando uma agradável surpresa em um período em que a música pesada só apresentava como novidade o famigerado new metal de bandas ridículas como Korn, Linkin Park e o Limp Bizkit. Mas foi justamente nesse meio nebuloso que aparecia a surpreendente e ótima banda norte americana System Of A Down.
Formada por Daron Malakian guitarrista/vocalista e principal compositor, Serj Tankian vocalista/tecladista e responsável pela quase totalidade das letras, Shavo Odadjian no baixo e John Dolmayan na bateria, o SOAD apresenta como principal característica musical uma interessantíssima fusão de vários estilos como Heavy Metal, Funk, Jazz, Punk Rock, Hard Core, folk, música árabe entre outros (nunca o “nu” metal). Isso mesmo, a banda é um verdadeiro amálgama de sonoridades distintas que ao lermos pode levar a percepção de que tudo é muito confuso e desordenado. Ledo engano, os caras conseguiram tirar dessa mistura um som fantástico, ultra empolgante (pelo menos para quem gosta desse tipo de som). Outra característica forte da banda se encontra no conteúdo de suas letras que apresentam um forte ativismo político, interessantíssimo quando observamos que são descendentes de árabes (armênios) fazendo um estrondoso sucesso nos Estados Unidos cantando músicas contendo forte críticas à política norte americana.
Os pontos mais fortes da banda se encontram, para mim, nas presenças de Malankian e Tankian. O guitarrista é responsável pela criação de quase todas as músicas, participando em alguns momentos também como vocalista e dando, com sua voz mais agressiva e anárquica, o contraste perfeito a voz mais clássica e grave de Serj Tankian (que de certa forma, no quesito versatilidade, lembra muito o que Mike Patton fazia no Faith No More). Serj por sua vez apresenta várias formas de cantar diferentes durante o álbum,
alternando momentos agressivos e momentos mais calmos e, vez ou outra, até soltando guturais fudidos. Puta vocalista!
Toxicity, produzido por Rick Rubin e lançado em 2001, é o segundo álbum do System Of A Down e o trabalho responsável por alavancar (cortando o “explodir” para ser politicamente correto e evitar os chatos de plantão) a carreira do grupo. O disco superou a marca de sete milhões de cópias vendidas no mundo empurrado por grandes hits como Chop Suey, Toxicity e Aerials, além de outras faixas sensacionais como Deer Dance, Jet Pilot e Atwa. Algumas dessas foram executados em rádios e televisões a exaustão, o que contribuiu bastante para o crescimento desse fenômeno e ao mesmo tempo criado um modismo desgraçado que fez com que muitas pessoas observassem a banda com desdém ou não dessem nenhuma atenção a ela.
O fato é que Toxicity é um dos grandes álbuns de metal do início do século XXI e ideal para quem gosta de música pesada, diferente, bem humorada e com uma certa dose de ativismo social e político. Eu recomendo.

Tracklist
01. Prison Song
02. Needles
03. Deer Dance
04. Jet Pilot
05. X
06. Chop Suey!
07. Bounce
08. Forest
09. Atwa
10. Science
11. Shimmy
12. Toxicity
13. Psycho
14. Aerials

Álbum Completo

Videoclipe de Chop Suey!

Videoclipe de Toxicity

Videoclipe de Aerials

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