163. LED ZEPPELIN – LED ZEPPELIN II

Uma das coisas que mais me fascinam em relação às bandas de rock, e posterioriemente metal, surgidas a partir do final da década de 1960 e que estiveram na ativa até o final dos anos 1980, diz respeito a gigantesca criatividade de seus membros. É impressionante como algumas dessas bandas, em pouquíssimos anos, lançaram sequências de discos (muitas vezes mais de um por ano) absolutamente espetaculares.
Se em 1969, Robert Plant, Jimmy Page, John Bonham e John Paul Jones já começaram o ano com um espetacular álbum de estréia, alguns meses e algumas turnês depois já que essas eram bem mais curtas no período, no mesmo ano lançaram mais um disco absurdamente fantástico e que é apontado por muitos críticos e fãs (me incluo na segunda parte) como o melhor, mais influente e mais inovador trabalho dos ingleses. Composto e gravado em vários momentos, estúdios e países diferentes durante as turnês do primeiro disco, Led Zeppelin II mostra o primeiro e maior passo de um dos maiores grupos da história em seu processo de constante evolução musical sempre em busca da formatação de um estilo próprio e único que tinha como principal característica exatamente a não repetição. Apesar da manutenção de vários elementos em toda a discografia dos caras, é facilmente perceptível as várias e importantes mudanças apresentadas em cada um de seus maravilhosos trabalhos.
As principais ideias para as composições das músicas vieram dos ensaios para as turnês além das muitas e variadas improvisações dos músicos dentro dos próprios shows, principalmente de Page que criava compulsivamente riffs e mais riffs de altíssima qualidade. A crescente participação de Plant na criação das letras o deixou explicitamente muito mais a vontade nos vocais, usando e abusando de suas performances quase sexuais, constantemente duelando com o som da guitarra de Page, além disso o entrosamento dos quatro alcançava aos poucos o seu ápice, o que viraria uma das melhores e maiores características do Zeppelin em toda sua carreira.
Led Zeppelin II é um disco atemporal e em suas nove faixas dá continuidade ao revolucionário processo musical desencadeado por esses quatro monstros. Dos sensacionais e pesados riffs de Whole Lotta Love que juntamente a sua perfeita execução a impulsionou a um dos maiores clássicos do rock; passando por What Is and What Should Never Be; o ótimo blues de Lemon Song; a linda Thank You; a mais que perfeita e com forte influência folk Ramble On até chegar em Mob Dick, uma faixa instrumental dominada por Bonham em um dos mais fantásticos solos de bateria da história da música. A faixa possui um pouco mais de quatro minutos em sua totalidade, mas ao vivo ela chegava a durar trinta tamanha a quantidade de improvisações incluída por Bonzo na música. O álbum encerra em altíssimo nível com mais um show de riffs criados por Page na ótima Bring It On Home abrindo imediatamente uma ansiedade absurda sobre o que viria posteriormente em seus próximos trabalhos.
A carreira e o sucesso de uma das mais lendárias bandas de Rock em todos os tempos estava apenas dando seus primeiro, e firmes, passos.

OBS: Recentemente ocorreram (e estão ocorrendo) os relançamentos dos álbuns da banda em edições espetaculares contando com uma grande variedade de material adicional em CD e Vinil. Essas edições estão sendo distribuídas por aqui em CD, mas infelizmente e para a revolta de vários colecionadores, por preços de lançamento imorais e injustificáveis.

Tracklist
01. Whole Lotta Love
02. What Is and What Should Never Be
03. The Lemon Song
04. Thank You
05. Heartbreaker
06. Living Loving Maid (She's Just a Woman)
07. Ramble On
08. Moby Dick
09. Bring It On Home"

Letras traduzidas no Whiplash

Mais Led Zeppelin no Sonorizando:
Led Zeppelin I (1969)
Houses Of The Holy (1973)

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