549. HAUNT - BURST INTO FLAME

Após a gravação de um excelente EP de estréia com quatro ótimas músicas, o guitarrista/vocalista Trevor William Church, com contrato já garantido para mais gravações pelo selo Shadow Kingdom Records, resolveu tocar em frente o seu, até então, projeto Haunt, transformando-o em uma banda de fato através das presenças de John Michael Tucker, também guitarrista, do baixista Matthew Wilhoit e do baterista Daniel Wildon.
Gravando seu debbut album, Burst Into Flame (2018) alguns meses após o citado EP, Trevor manteve o alto nível de suas composições, através da manutenção de uma pegada predominantemente mais cadenciada e melódica, ao mesmo tempo que incluia elementos um pouco mais vibrantes que me remeteram diretamente a bandas clássicas de Hard Rock e Heavy Metal tradicional e, ao mesmo tempo, de bandas mais recentes que também são parte da New Wave Of Traditional Heavy Metal, como a canadense Cauldron (já citado no review de Luminous Eyes), a sueca Night (principalmente pela escolha dos timbres de guitarras mais melódicos e setentistas que lembram o Thin Lizzy) e até um pouco de Night Demon, banda conterrânea que possui uma pegada mais enérgica e agressiva que a citada canadense e que lançou seu excelente álbum de estreia em 2015. 
Burst Into Flame é, musicalmente, bastante superior a Luminous Eyes e essa superação claramente é reflexo direto das entradas de John, Matthew e Daniel, que apresentam qualidades bastante superiores (principalmente nas linhas de guitarras, que melhoraram substancialmente nesse álbum) nos domínios de seus instrumentos em relação as demonstradas por Trevor nos primórdios da banda. Já tendo lançado mais um EP e um álbum completo (excelentes, diga-se de passagem), além de anunciar mais um novo trabalho para o iníco de 2020, o Haunt vem desenvolvendo características próprias em sua sonoridade e, como retorno direto, vem se consolidando como um dos nomes mais interessantes e fortes de toda N.W.O.T.H.M.. 
Explico. No momento em que, finalmente, alguns nomes do movimento (principalmente os mais antigos e fortes como Enforcer, os já citados Cauldron e Night, entre alguns outros) buscam seguir novos caminhos ou criar os seus próprios, evitando as pechas de cópias descaradas ou simples emulações do que é produzido pelas bandas de heavy metal tradicionais oitentistas, o Haunt vem também trilhando esses passos e elevando suas apostas na criação de uma sonoridade com características muito mais próprias do que as compreensíveis homenagens a seus ídolos das décadas de 1970 e 1980, o que definitvamente a distingue de várias outras desse movimento, que tem como objetivo apenas seguir o fluxo da onda, entendendo ser essa a forma mais fácil e simples de agradar seus públicos.
Então, se buscas boas bandas de Heavy Metal na atualidade, recomendo imediatamente os canadenses do Haunt e audição completa de Burst Into Flame, que com músicas como a empolgante faixa título, Crystal Ball, Reflectors, Frozen in Time e Heroes aparece facilmente como um dos discos mais legais nesses últimos dois anos.  

Tracklist

01. Burst into Flame

02. Crystal Ball

03. Reflectors

04. My Mirage

05. Wanderlust

06. Frozen in Time

07. Heroes

08. Can't Get Back

09. Looking Glass

Mais Haunt no Sonorizando:

Luminous Eyes - EP (2018)