190. OPETH – PALE COMMUNION

Já falei aqui, em mais de um momento, o quanto admiro a genialidade do músico sueco Mikael Akerfeldt. Sua banda, Opeth, é uma das que mais admiro atualmente por ignorar e quebrar qualquer tipo de paradigma e barreira que envolva a música pesada de forma completamente natural e orgânica, como se cada álbum lançado pelo grupo fossem capítulos de uma espetacular e diversificada obra ao qual não temos a menor idéia de como vai terminar. Continuando na metáfora, percebo o trabalho de Akerfeldt com o Opeth de uma forma muito semelhante à de Stephen King em sua Torre Negra, uma obra que tomou a vida do autor, contém todos os elementos de sua vasta e rica literatura, e até hoje se mantém inacabada, já que o próprio King anunciou recentemente a reedição dos livros com alterações.
Voltando à música e a essa fantástica banda sueca, no segundo semestre de 2014 tivemos o lançamento do seu décimo primeiro disco de estúdio, exatamente 3 anos após o lançamento do seu trabalho mais polêmico até então, o espetacular Heritage. Como esperado, a banda atualmente também formada pelo guitarrista Fredrik Åkesson, o tecladista/pianista Joakim Svalberg (instrumentista que recebe grande destaque em todo o trabalho), o baixista Martín Méndez e o baterista Martin Axenrot, deu sequência em Pale Communion ao desenvolvimento da sonoridade que já vinha sendo apresentada há alguns anos pelo grupo inclusive nos trabalhos mais agressivos e que ainda possuíam fortes características do Death Metal comum ao grupo em seu início.
Então, se em Heritage tivemos o baque de escutar um álbum com fortíssimas características de rock progressivo, folk e até jazz music, em seu sucessor tivemos essa proposta de composição ainda mais consolidada. Ainda mais melódico, ainda mais complexo, ainda mais instigante e com mais variações dentro das faixas, tudo isso sem perder as características sonoras mais extremas, como percebido em várias passagens do disco. Que sorte ter conhecido o Opeth justamente em uma fase tão complexa e fora do habitual. Apesar de ter meus momentos preferidos em Pale Communion, prefiro sempre escutá-lo na íntegra, como um bom álbum de rock progressivo e sugiro o mesmo para quem se interessar.
Para alegria dos fãs brasileiros o disco foi lançado por aqui pela Roadrunner Records e pode ser facilmente encontrado.

Tracklist
01. Eternal Rains Will Come
02. Cusp Of Eternity
03. Moon Above, Sun Below
04. Elysian Woes
05. Goblin - instrumental
06. River
07. Voice of Treason
08. Faith in Others

Mais Opeth no Sonorizando:
Ghost Reveries (2005)
Watershed (2008)
Heritage (2011)

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