230. SACRED STEEL - BLOODLUST

Das mais obscuras profundezas do Heavy Metal alemão, surgia há praticamente 20 anos uma das mais undergrounds bandas de (True) Heavy Metal dos anos 1990, o Sacred Steel. Ao lado do HammerFall como uma das responsáveis por trazer de volta ao mainstream toda a magia, peso, agressividade e garra dos gloriosos anos 1980, o Sacred Steel ia muito além da banda sueca nos quesitos respeito e homenagem aos seus heróis do passado. Em seus até agora oito álbuns de estúdio, o grupo apresenta uma excitante fusão musical entre o heavy metal tradicional europeu (NWOBHM), o Speed/Power/Thrash Metal germânico e norte americano, além da óbvia referência conceitual que remete as letras e temáticas dos discos a bárbaros, guerreiros, aço, morte, sangue e outros assuntos relacionados.
Meu primeiro contato com a banda se deu de forma totalmente “middle (adaptação minha) school” através de resenha em revista de especializada em Heavy Metal e aquisição posterior do material original em CD. Bloodlust era o nome da pérola e seu maior diferencial em relação a milhares de outras resenhas lidas em revistas que não me fizeram sequer esboçar qualquer tipo de desejo em dezenas de outros trabalhos de outras bandas foi em ver à paixão observada na escrita e comentários do autor (apesar de não lembrar seu nome, e peço perdão por isso, lembro com detalhes os elogios rasgados ao cd) que coroou seu texto com uma acachapante nota 10, o que para mim foi algo inédito até aquele momento.
Bloodlust é o terceiro disco do Sacred Steel e até hoje briga no topo na minha lista de preferidos do grupo. Stormhammer, a música de abertura já entrega de cara, sem o menor pudor ou receio, qual a proposta da banda com sua música, destruir irremediavelmente seus tímpanos e pescoço com uma sucessão absurda de riffs e solos cavalares e matadores despejados sem nenhuma piedade por Jörg Michael Knittel e Oliver Großans; acompanhados de uma cozinha verdadeiramente destruidora, sísmica, saída das mãos do baterista Matthias Straub e do baixista Jens Sonnenberg; e de Gerrit Mutz, dono de uma voz totalmente única, magnífica e, para mim, a força motriz que dá energia a cavalar qualidade do grupo. A grandeza desse registro não se concentra unicamente na faixa de abertura, mas segue por todo trabalho, que intercala momentos mais cadenciados como em The Oath Of Blood, Blood Of My Steel, Sacred Warriors Of Steel e a perfeita Master Of Thy Fate, a outros de violência e sanguinolência desenfreada como em By The Wrath Of The Unborn, Metal Is War e Dark Forces Lead Me To The Brimstone Gate.
Esse álbum foi um dos únicos trabalhos do Sacred Steeel a ser distribuido no Brasil (RBR/LC), encontrando-se fora de catálogo há vários anos, o que torna a tarefa de adquiri-lo hoje deveras complicada, e infelizmente excessivamente cara.

Tracklist
01. Stormhammer
02. The Oath Of Blood
03. By The Wrath Of The Unborn
04. Blood On My Steel
05. Metal Is War
06. Sacred Warriors Of Steel
07. Dark Forces Lead Me To The Brimstone Gate
08. Master Of Thy Fate
09. Lust For Blood
10. Throne Of Metal

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