287. SAVAGE CIRCUS – DREAMLAND MANOR

Em 2002, o baterista Thomas Stauch gravava seu ultimo disco como baterista da banda alemã Blind Guardian, o aclamado/odiado A Night At The Opera.  Desgastado com o grupo por divergências musicais, Thomas se encontrava bastante incomodado com a mudança de direcionamento criativo do grupo que se afastava do Power/Speed Metal dos primeiros anos e  se aproximava a galope de uma sonoridade mais épica e sinfônica. A situação chegou ao limite com o lançamento do ANATO e assim o também fundador do BG abandonava (ou foi abandonado) o barco em busca de continuar a fazer o som que mais o agradava.
Em 2002, mesmo ano de sua saída, e obviamente como forma de mostrar os motivos reais de sua saída, Stauch deu início a um projeto convidando nomes fortes da cena Power Metal germânica que trabalhavam em bandas ou projetos que muito se assemelhavam a sonoridade de sua preferência. O baterista se uniu então ao guitarrista e compositor Piet Sielck (pai do Iron Savior, banda que contou com Kai Hansen e o próprio Thomas Stauch em seu álbum de estreia lançado em 1997), já dando a essa iniciativa, que recebeu o nome de Savage Circus, um status de "super banda" do estilo. O nome foi ainda fortalecido pelas presenças do vocalista  Jens Carlsson e o também guitarrista Emil Norberg, ambos oriundos do Persuader, outra banda de Power Metal alemã com sonoridade bem na linha dos primeiros anos dos bardos e que me chamaram bastante atenção quando os conheci pela similaridade do timbre de Carlsson com o de Hansi Kursh.
Carlsson, Stauch, Norberg e Sielck.
Deixando os pormenores de lado, a sonoridade do Savage Circus é completamente baseada no trabalho da antiga banda de Stauch, principalmente até seu quarto álbum, Somewhere Far Beyond. E mesmo que aparentemente, em alguns momentos, busque a aproximação com os trabalhos desenvolvidos nas bandas de seus outros membros, principalmente o Iron Savior, a ligação com o Blind Guardian é realmente assustadora. O vocal de Carlsson e os timbres das guitarras de Sielck e Norberg, os corais e as estruturas das músicas e até a ilustração da capa do álbum com elfos e orcs, são absurdamente semelhantes ao criado pelos bardos.
Apesar de não escutar esse Dreamland Manor com mais frequência, gosto bastante do álbum por seu vigor, velocidade e agressividade, e não me incomodo com a ideia de "tributo" que o  mesmo passa. Músicas como Evil Eyes, Between The Devil And The Seas, It - The Gathering, Ghost Story  Born Again By The Night são realmente sensacionais e mostram um caminho "diferenciado" que o Blind Guardian poderia ter tomado após a segunda metade da década de 1990, caso seguisse os anseios de seu baterista fundador. 

Tracklist
01. Evil Eyes
02. Between The Devil And The Seas
03. Waltz Of The Demon
04. Tomorrowland
05. It - The Gathering
06. Beyond Reality
07. When Hell Awakes
08. Ghost Story
09. Born Again By The Night

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