420. DEMON - THE PLAGUE

Lançado originalmente em 1983, The Plague, terceiro álbum da icônica banda britânica Demon, afastava praticamente em definitivo a sonoridade do grupo do Heavy Metal, ou Hard N' Heavy característico da NWOBHM, dos dois primeiros discos da banda. O satanismo/ocultismo fortemente presente nos dois primeiros álbuns nas artes e temáticas das letras saia mantendo-se exclusivamente no nome da banda, que nesse período ainda contava na sua formação com as ilustres presenças de Dave Hill nos vocais, John Wright  na bateria, Les Hunt e Mal Spooner nas guitarras, Chris Ellis no contrabaixo e Andy Richards nos teclados e sintetizadores. 
O álbum possui como tema principal uma praga de proporções globais que leva literalmente ao fim do Mundo na forma que o conhecemos após uma enorme degradação global econômica, social e moral. Esse conceito refletia muito bem a angústia exprimindo uma forte crítica feita na época a tensão existente entre os blocos capitalista e socialista no período da Guerra Fria e, mais especificamente na Inglaterra e Reino Unido, ao período entre 1979 e 1990, quando Margareth Tatcher, a chamada "Dama de Ferro" foi primeira ministra e impôs uma forte e controversa política econômica neo liberal ao Reino Unido.
The Plague tem início apresentando uma forte atmosfera de filmes de terror e sci-fi produzidos em massa naquele período, como os filmes de John Carpenter e a "trilogia dos mortos" de George Romero. Para os mais novos entenderem a referência, essa interferência sonora se faz muito presente na trilha musica da série Strange Things feita pela Netflix. Apesar de gostar das duas faixas que abrem o disco, principalmente Nowhere To Runelas me soavam muito datadas exatamente pelo excesso de sintetizadores. Felizmente, a partir de Fever In The City o álbum cresce, direcionando-se sutilmente a uma atmosfera mais melancólica e lírica que encaixa com perfeição a temática apocalíptica com composições mais trabalhadas no hard rock e belíssimos momentos acústicos como a maravilhosa balada The Only Sane Man.  
A masterização original do disco feita por Denis Blackham e a mixagem trabalhada por Julian Mendelsohn potencializavam demais o som da bateria (excessivamente cru nessa gravação), teclados e sintetizadores, deixavam os vocais de Dave meio distantes, ofuscados e não davam evidência ao som das guitarras. A remasterização e a nova mixagem do disco feita em 2001, que contou com os mesmos Denis e Julian apresentaram ótimas correções para esses pontos, homegeneizando as participações e dando destaques a todos os instrumentos, modernizando,  em um ótimo sentido, a sonoridade do disco e justificando bem esse retorno a mesa de som depois de dezoito anos. Esse relançamento remasterizado de 2001 foi feito pelo selo sueco Record Heaven Music em formato duplo contendo o álbum remasterizado e sua versão com mix original no segundo disco. Versão bastante semelhante à que foi lançada aqui recentemente via Hellion Records

Tracklist
Disc One:
01. The Plague
02. Nowhere To Run
03. Fever In The City
04. Blackheath
05. Blackheath Intro
06. The Writings On The Wall
07. The Only Sane Man
08. A Step Too Far
Disc Two: Original First Mix
01. The Plague
02. Nowhere To Run
03. Fever In The City
04. Blackheath
05. The Writings On The Wall
06. The Only Sane Man
07. A Step Too Far

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