485. SPIRITS OF FIRE

Superprojetos são montados e remontados na música pesada com uma certa frequência e já apresentaram grandes momentos, sendo alguns dos mais recentes e conhecidos o Avantasia de Tobias Sammet, Metal Allegiance, Demons & Wizards e o brasileiro Soulspell. Outra faceta desses projetos é a conduzida por gravadoras, que juntam músicos consagrados, vários deles de seu próprio cast, para a gravação de um ou outro disco, de acordo com a aceitação da mídia e do público. A iniciativa serve para promover a gravadora, os músicos e, obviamente, agradar os amantes do estilo e fãs dos envolvidos. 
O selo italiano Frontiers Records e seu dono Alessando Del Vechio, vem investindo bastante nesse segmento e lançado ótimos materiais com grandes nomes da música como Russel Allen, Jorn Lande, Michael Kiske, Timmo Tolki, Fabio Lione e, agora, esse quinteto fabuloso formado por Mark Zonder (bateria - Warlord, Fates Warning), Steve DiGiorgio (baixo - Death, Testament), Chris Caffery (guitarra - Savatage), Tim "Ripper" Owens (voz - Judas Priest, Iced Earth) e Roy Z (produção e guitarras adicionais - Bruce Dickinson, Halford). Unidos em 2018, recebeu o inspirado nome de Spirits Of Fire e lançou seu excelente álbum de estréia no início desse ano de 2019. 
Na sonoridade, os "espíritos de fogo" entregam uma sensacional mistura entre o Heavy e o Power Metal a partir de características de bandas como Judas Priest e Savatage - Caffery foi criado na escola Oliva de guitarras, então traz nas suas linhas o timbre e muito das características do saudoso guitarrista com ele -, além de uma pegada mais seca, pesada e direta muito comum nos discos que Roy Z participou como guitarrista e/ou produtor. A cozinha composta por Zonder e DiGiorgio, pelo menos no papel, pode ser apontada como uma das mais incríveis já reunidas, e apesar de suas passagens aparecerem em vários momentos da forma que esperamos, complexas e intrincadas, acredito que podem ser ainda mais marcantes em um próximo disco (isso se Steve não resolver abandonar o barco, coisa que ele costuma fazer com bastante frequência). Nos vocais temos finalmente um bom e consistente trabalho de Tim Owens, que há alguns anos ligou o piloto automático no modo "pagador de boletos", fazendo-nos esquecer que é um bom vocalista. 
A apresentação das faixas pelo álbum inicia em alta velocidade, com a ótima Light Speed Marching, seguida imediatamente de mais pesado e também agressivo como All Comes Together. A partir da faixa título começam a aparecer as alternâncias entre agressividade e momentos mais cadenciados, que em nossa opinião são os melhores do álbum. Então, é exatamente a partir da quinta faixa, It's Everywhere, que Spirits Of Fire sai do simplesmente bom, mas meio burocrático, para de fato um grande disco, auxiliado por vários outros excelentes composições como A game, Stand And Fight, Never To Return, The Path e Alone In The Darkness
Internacionalmente lançado pela Frontiers Music, Spirits Of Fire foi também lançado no Brasil, sob licenciamento da Urubuz Records, em mais um fantástico trabalho de prospecção do selo carioca que também incluiu nesse belo ítem seu já tradicional e muito bem vindo slipcase. Recomendamos!

Tracklist
01. Light Speed Marching
02. Temple Of The Soul
03. All Comes Together
04. Spirits Of Fire
05. It's Everywhere
06. A Game
07. Stand And Fight
08. Meet Your End
09. Never To Return
10. The Path
11. Alone In The Darkness
Official Video - Light Speed Marching

Official Video - It's Everywhere

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