489. SAINT VITUS (2019)

Inspirado na sonoridade macabra e soturna criada e desenvolvida brilhantemente pelo Black Sabbath nos anos 1970, surgia no começo da década seguinte, e em escala global, um movimento com a proposta de transformar essa sonoridade em um estilo próprio, um subgênero dentro do Heavy Metal chamado simplesmente de Doom Metal. No início apareceram bandas como o Witchfinder General  na Inglaterra,  Candlemass na Suécia e  Trouble e Saint Vitus nos Estados Unidos.
Formado em 1978 sob o nome Tyrant e tendo seu nome modificado para o atual em 1981, o californiano Saint Vitus gravou seu primeiro álbum em 1984 tendo em sua formação o guitarrista Dave Chandler, o vocalista Scott Reagers, o baixista Mark Adams e o baterista Armando Acosta (falecido em 2010). Em 2019, ao comemorar trinta e cinco anos de seu histórico debbut, é lançado o nono disco de estúdio tendo como título mais uma vez o nome da banda. 
Saint Vitus consolida o retorno da parceria entre Scott Reagers (que retornou em 2015, após dezenove anos afastado) e Dave Chandler, além de manter o baterista Henry Vasquez, na banda desde o fim de seu ultimo hiato, em 2009, e apresentar o novo baixista Pat Bruders. Apresentando temas melancólicos e profundos como abuso de drogas, morte, doença mental e solidão, o quarteto entrega um disco que transita entre o chamado Doom Metal tradicional praticado pela própria e pelo Trouble em seus primeiros anos; e pelo Epic Doom Metal desenvolvido à perfeição por Leif Edling e seu Candlemass. Algumas faixas do álbum me lembraram as fases mais recentes da banda sueca. Mas entendam as comparações aqui apresentadas apenas como referências para quem ainda não conhece os americanos ou, não se identificou com seus trabalhos anteriores.
Temos aqui nessa preciosidade canções absolutamente maravilhosas como Remains, a bela e de pegada folk A Prelude To..., Bloodshed, Wormhole, Hour Glass, a climática City Park que antecede brilhantemente a perfeita Last Breath (certamente uma das músicas mais incríveis que escutei recentemente) e Useless, que distoa completamente das demais com sua apresentação Hardcore indiretamente me trazendo ótimas lembranças de alguns discos da saudosa banda de Gothic Metal Type O Negative. 
O último álbum do Saint Vitus possui, então, um conjunto irrepreensivel de músicas que o empurram diretamente ao topo de minha lista de melhores discos gravados em 2019, pelo menos até esse momento. O CD foi lançado pelo selo francês Season Of Mist e, licenciado no Brasil pela Urubuz Records. Essencial, Obrigatório!

Tracklist
01. Remains
02. A Prelude To...
03. Bloodshed
04. 12 Years In The Tomb
05. Wormhole
06. Hour Glass
07. City Park
08. Last Breath
09. Useless
Álbum Completo

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