561. SWEET OBLIVION (FEAT. GEOFF TATE)

Ao sair do Quensrÿche em 2012 após protagonizar uma série de desavenças e conflitos que chegaram inclusive às vias de fato (inclusive nos palcos, na frente dos fãs) o vocalista Geoff Tate tentou dar seguimento a sua carreira musical, mas sem fazer nenhum esforço para se desvincular da banda onde foi um dos principais membros durante décadas e que nos últimos anos seguia uma controversa linha criativa que, ao mesmo tempo em afastava muitos fãs e outros membros importantes da banda, mais o agradava.Tate nunca foi um grande entusiasta do Heavy Metal e nunca fez questão de esconder isso. Sua sinceridade quanto a isso e seus deselegantes e até violentos atos no Queensrÿche. geraram um inesperado desdém ou até mesmo uma incrível comoção positiva quando da notícia da separação do grupo.

Fãs saudosos de obras primas do passado dos norte americanos, como Operation: Mindcrime e Empire gravados em 1988 e 1990 respectivamente,  “agonizavam” com os últimos discos lançados e, gradativamente, deixavam de acompanhá-lo. Com a saída de Tate, foi chamado (o fantástico) Todd La Torre como substituto e o Queensrÿche já conta atualmente com três excelentes álbuns gravados com esse novo vovalista. Enquanto isso, Geoff continuava sua tentative de manutenção de carreira dando início a um projeto chamado “criativamente” de Operation: Mindcrime onde também gravou três álbuns, mas com repercussão inversamente proporcional aos gravado por seus antigos companheiros.

Quando o poço ao qual a carreira de Geoff Tate havia mergulhado de cabeça parecia não ter fundo, o vocalista parece ter se agarrado em algum fio de razão e percebido que os caminhos escolhidos para sua carreira, estavam inevitavelmente a encerrando. Então, em 2019 seu nome surgiu, com destaque, no envolvimento do interessantes projetos musicais. O primeiro, o Metal Opera Avantasia do alemão Tobias Sammet, gigante e com vários álbuns lançados e já dono de um estrondoso sucesso de críticas, vendas e público; e o segundo, esse Sweet Oblivion Feat. Geoff Tate, projeto desenvolvido pelo selo italiano Frontiers Records, que já há alguns anos vem investindo em ideias com basicamente esse mesmo formato, ou seja, o  envolvimento de grandes nomes do Rock que já façam parte de seu selo (O Op.: Mindcrime é parte da F.R.) ou não estejam tão em alta no momento,  trabalhando em composições entregues por produtores ou pelo próprio estúdio para álbuns que, de acordo com a aceitação do publico e numero de vendas, possa dar vida a uma nova banda, mesmo que ela se restrinja aos estúdios, vide Allen/Lande, Timo Tolkki's Avalon, Last In Line, Kiske/Somerville entre outros.

Acompanhado do baterista Paolo Caridi, do tecladista Emanuele Casali e do baixista/guitarrista Simone Mularoni, que também produziu o disco, Geoff e seu Sweet Oblivion apresentam como base de sua sonoridade um Prog Metal clássico com ótimas doses de Hard Rock Melódico. Sem apresentar os exageros técnicos e/ou criativos bastante comuns a algumas bandas de Prog ou abusar de repetições ou sons excessivamente melodiosos e grudentos o Sweet Oblivion apresenta uma série de ótimas músicas contendo excelentes riffs e solos de guitarras de Mularoni - que tornam esse o álbum mais pesado gravado por Tate desde sei lá quando - ótimas melodias de teclado e, sobretudo (e obviamente, o mais esperado), atuações surpreendente sólidas e sóbrias de Geoff Tate, que evita qualquer tipo de excesso que dê a ideia de que o mesmo busca provar algo (como se precisasse) mas mantendo sua característica teatralidade que remetem aos seus melhores momentos no Queensrÿche e fazem brilhar músicas já muito acima da média como True Colors, My Last Story, Transition, a linda balada Disconnect e Seek The Light.

O álbum chega por aqui, em CD, sob licenciamento da Hellion Records Brazil. Recomendamos!

Tracklist

01. True Colors

02. Sweet Oblivion
03. Behind Your Eyes
04. Hide Away
05. My Last Story
06. A Recess From My Fate
07. Transition
08. Disconnect
09. The Deceiver
10. Seek The Light

Álbum Completo

Official Video - True Colors