646. NAZARETH - TATTOOED ON MY BRAIN
O fato do Nazareth não conseguir, há alguns
bons anos, lançar álbuns novos com força suficiente para fazer justiça a sua incrível
discografia dos anos 1970, não diminui de forma alguma a força e importância da
banda britânica de Hard Rock, que completou cinquenta anos de carreira em 2018,
e é responsável por alguns dos discos mais incríveis da história do estilo,
como Rampant e Hair Of The Dog.
Sobrevivendo, sobretudo, de seu glorioso
passado e de uma incrível capacidade de criação de hits e baladas, a banda se
manteve em atividade, fazendo muitos shows e gravando normalmente, tendo sempre
a frente o baixista Pete Agnew e o lendário vocalista Dan McCafferty, que
sempre foi para mim o verdadeiro coração do Nazareth, tanto pela espetacular e singular
voz, como por sua magistral capacidade de interpretação das canções criadas
pela banda. Em 2013, Dan anunciava publicamente sua saída da banda e
aposentadoria por motivos de saúde – o vocalista sofria de uma complicada doença
pulmonar que impossibilitava sua presença nos palcos – e, no ano seguinte,
encerrava sua história com o Nazareth ao lançar o bom, e já nostálgico, Rock
N’ Roll Telephone.
Sendo substituído inicialmente pelo vocalista Linton
Osborne, que entrou apenas para cumprir alguns compromissos mais urgentes e divulgar
o último álbum, Dan só foi realmente “substituído” quando Pete Agnew encontrou o
nome que acreditou ser o certo para posto, alguém que trouxesse características
semelhantes (não necessariamente idênticas, ainda bem) de seu antigo parceiro e
que ao mesmo tempo ajudasse a promover uma, muito bem vinda, revitalização no
som e que já tivesse experiência nos palcos e em estúdios. Em 2015, o também
britânico Carl Sentance assumiu as vozes do Nazareth, trazendo como bagagem
participação em bandas clássicas do Hard N’ Heavy como Persian Risk, Tokyo
Blade e krokus.
O resultado da mudança veio em 2018, com o
lançamento de Tattoed On My Brain que, além de ser o vigésimo quarto
álbum de estúdio do Nazareth, é o trabalho que comemora, de fato, os cinquenta
anos de aniversário da banda, muito bem montada hoje por Pete, Carl, o
baterista Lee Agnew (filho de Pete) e o guitarrista Jimmy Murrison (os dois remanescentes
de formações do grupo desde a década de 1990).
Lançado internacionalmente pela Frontiers
Records, Tattoeed On My Brain (felizmente) chegou ao Brasil a partir de
iniciativa via Shinigami Records. Apresentando treze novas
faixas, o álbum traz em seus cerca de cinquenta minutos as melhores
características apresentadas pelo Nazareth em toda sua carreira. Blues e Country
Rock, baladas e, obviamente, momentos mais agressivos do mais puro Hard Rock se
intercalam em ótimas músicas como a faixa título, Rubik’s Romance, Push, The
Secret Is Out, Don’t Throw Your Love Away e Silent Symphony. E, por fim, se enganará bastante
quem chegar a esse disco imaginando dar de frente apenas com um som mecânico
e “retrô” ou, encontrar na atuação e voz de Sentance nada mais que uma espécie
de tributo a McCafferty. A ótima produção do álbum conduzida por Yann Rouiller,
suas composições e a ótima atuação do novo vocalista somado ao excelente
trabalho realizado por todo o grupo, trazem uma muito bem vinda revigorada ao
Nazareth, inaugurando uma muito bem vinda nova fase para os veteranos.
Que
venham muitos outros álbuns e vida longa ao Nazareth!
Tracklist
01.
Never Dance With The Devil
02.
Tattooed On My Brain
03.
State Of Emergency
04.
Rubik’s Romance
05.
Pole To Pole
06.
Push
07.
The Secret Is Out
08.
Don’t Throw Your Love Away
09.
Crazy Molly
10.
Silent Symphony
11.
What Goes Around
12.
Change
13.
You Call Me
Mais Nazareth no Sonorizando:
Rampant (1974)
Hair Of The Dog (1975)
Rampant (1974)
Hair Of The Dog (1975)
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