653. CORONER - R.I.P.

A segunda metade da década de 1980 certamente teve o Thrash Metal no domínio das principais ações e novidades advindas da música pesada. Enquanto o Heavy Metal tradicional passava por sua primeira grande crise de identidade e desmembrava-se em diversos subgêneros que praticamente o desfiguraram ou, se comercializava exageradamente em busca do acesso ao “santo graal” do lucrativo mercado Norte Americano, o Thrash parecia seguir por apenas dois caminhos: o de uma crescente brutalidade que logo geraria o Death Metal e seus muitos derivadors e, o segundo deles, o da busca por um maior refinamento técnico e de liberdade criativa para que as barreiras do estilo fossem também quebradas, mas de forma totalmente distinta.
Esse segundo caminho  recebeu o nome de Technical (ou Progressive) Thrash Metal e teve/tem como alguns de seus maiores nomes os canadenses do Voivod, os Alemães do Mekong Delta, os belgas do Target e, por fim, o power trio suíço Coroner, formado como banda de Thrash Metal oficialmente em 1985, tendo em sua primeira formação o baterista Marquis Marky, o baixista/vocalista Ron Royce e o guitarrista Tommy T. Baron.
Gravado e lançado em 1987 pela Noise Records, R.I.P., título dado ao debbut album do Coroner é, definitivamente, um dos mais sensacionais discos de estreia de uma banda do estilo. Repleto de caóticos e insanos riffs, solos e cavalgadas alucinantes, uma cozinha literalmente demolidora e a fantástica voz de Royce na condução, a banda destruía o chamado senso comum de fúria e velocidade do gênero ao inserir no disco introduções ou interlúdios instrumentais (quatro das treze faixas desse disco são assim) mais melódicos e introspectivos que também parecem ter a função de conectar as composições do álbum.
Boa parte das composições do disco representadas, em parte, pelas brilhantes Reborn Through Hate, When Angels Die, Spiral Dream, a faixa título, Coma e Fried Alive, contam com passagens de maior cadenciamento e claro apuro técnico - tudo brilhantemente inserido - que se agigantam no contraste ao peso e velocidade reinantes, passando aquela deliciosa sensação de “quebra” muito comum ao Progressive Metal. Relançado diversas vezes, e por diversos selos desde 1987, R.I.P chega pela primeira vez ao Brasil, em formato CD e em número bastante limitado de cópias, através de uma parceria entre os selos nacionais Encore Music e Heavy Metal Rocks sob licenciamento da Century Media Records.

Tracklist
01. Intro - instrumental
02. Reborn Through Hate
03. When Angels Die
04. Intro (Nosferatu) - instrumental
05. Nosferatu - instrumental
06. Suicide Command
07. Spiral Dream
08. R.I.P.
09. Coma
10. Fried Alive
11. Intro (Totentanz) - instrumental
12. Totentanz
13. Outro - instrumental

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