692. HELLISH WAR - WINE OF GODS

O aguardadíssimo quarto álbum da discografia do Hellish War, Wine Of Gods (2019) é um grande e profundo mergulho da banda na sonoridade do Power/Heavy Metal alemão de bandas como Accept, Running Wild e Grave Digger. As influências do Heavy Tradicional britânico de Iron Maiden e Judas Priest, como também de Manowar e bandas norte americanas de Heavy Metal Épico continuam bastante presentes e vivas, fazendo parte da identidade sonora, lírica e visual dos mestres do HM paulista desde seu primeiro disco, lançado no longíquo ano de 2001.  Mas, musicalmente, são bastante evidentes as aproximações da banda a seus heróis germânicos, sobretudo após a entrada de Bill Martins em substituição ao vocalista original, Roger Hammer.
O som do Hellish War continua tendo como força motriz a construção de poderosos e marcantes Riffs. Rápidos, cortantes e pesados - favorecidos principalmente pelo trabalho conjunto da entrosada dupla de guitarras de mais de duas décadas formada por Vulcano e Daniel Job -, são sustentados por uma cozinha perfeitamente encaixada e também muito entrosada nas mãos e mentes do baterista Daniel Person e do baixista JR; e, ampliados pela criação e brilhante execução de bons e grandiosos refrões épicos puxados pela gigante e imponente voz do Senhor Bill Martins (para mim, um dos elementos fundamentais para essa aproximação mais forte do som do Hellish ao Heavy Metal da Alemanha), um dos melhores vocalistas de Heavy Metal habitando este país nesse momento.
Apresentando seus melhores momentos na faixa título e seu arrebatador começo estilo Painkiller do Judas Priest, mas que desemboca em algo mais próximo a Accept e afins; passando pela empolgante Falcon; a longa e épica Devin (fortemente inspirada nos grandes épicos do Running Wild); a avalanche de riffs e ótimos solos de guitarras da instrumental House Of The Hill que emendam perfeitamente na poderosa Burning Wings; a pesadíssima e ao mesmo tempo melódica Warbringer com a ilustre participação de Chris Boltendahl em uma canção que é uma homenagem explícita aos melhores momentos do Grave Digger; até o ótimo e marcante encerramento com a sequência Paradox EmpireThe Wanderer, o Hellish War consegue entregar seu melhor e mais bem trabalhado disco de estúdio desde o primeiro e clássico Defender Of Metal (2001)
Também resultado do ótimo trabalho de produção de Eliton Tomasi e mixagem/masterização de Ricardo Piccoli, Wine Of Gods foi gravado e lançado a partir de financiamento do Programa de Ação e Cultura (PROAC) do Governo do Estado de São Paulo via Secretaria da Cultura e Economia Criativa, mostrando que dinheiro público também é muito bem vindo para apoiar investimentos em arte, sobretudo em segmentos de menor visibilidade e historicamente com maiores dificuldades de acesso a patrocínios, mídias regulares e populares de divulgação  etc.
E que fique anotado o registro de que precisamos de álbuns do Hellish War com muito mais frequência!

Tracklist
01. Wine Of Gods 
02. Trial By Fire
03. Falcon
04. Dawn Of The Brave
05. Devin
06. House On The Hill - instrumental
07. Burning Wings
08. Warbringer
09. Paradox Empire
10. The Wanderer


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