699. KATATONIA - CITY BURIALS

 
Para quem não conhece o Katatonia, a história e trajetória sonora da banda se assemelha a de outros grandes nomes do Metal Sueco como Tiamat e Opeth e aos britânicos Paradise Lost, Anathema e My Dying Bride, que começaram suas carreiras apostando em uma sonoridade mais agressiva e pesada, ligada ao Death Metal e, no decorrer dos anos foram passando, gradualmente, por profundas mudanças que as ressignificaram completamente.
A banda, formada pelos músicos suecos Jonas Renkse e Anders Nyström, iniciou suas atividades no início da década de 1990, apresentando uma proposta de Doom Metal super melódica, melancólica e contemplativa (diferente do som tradicionalmente arrastado e pesado característico do Doom) com vocais rasgados e agressivos típicos do Death Metal, elemento maior de aproximação do Katatonia às bandas aqui citadas. Seu álbum de estreia, Dancing Of December Souls, é considerado um dos maiores clássicos do estilo e já mostrava claramente as preferências de Rankse por esse som mais trabalhado e que foi se aprofundando a cada álbum lançado pela banda tornando-se completamente dominante já no início dos anos 2000.
Em 2020, o Katatonia e a Peaceville Records (sua gravadora há mais de vinte anos), anunciavam o lançamento de um novo álbum de estúdio, o décimo segundo da carreira dos suecos. City Burials chegou encerrou um pequeno período de hiato, que foi anunciado pelos músicos durante em 2017, e que se concretizou entre os anos de 2018 e 2019. Nesse curto período separados, Jonas continuo trabalhando e compondo em músicas próprias, objetivando lançá-las em um álbum solo e totalmente desvinculado de sua banda. Mas, ainda durante o processo de composição desse material, percebeu que as canções não divergiam da proposta central do grupo e que, pareciam seguir naturalmente o caminho percorrido por seu ótimo antecessor The Fall Of Hearts (2016).
Atualmente, o som do Katatonia parece seguir cada vez mais o caminho trilhado por bandas que vem abraçando de forma cada vez mais apertada o Metal e o Rock Progressivo, sem se envergonhar do uso de elementos sonoros mais modernos quando pedido pelas composições ou conceitos dos álbuns, como Opeth em se tratando de canções mais trabalhadas, cheias de camadas e mudanças de andamento, e do Tool e Soen,  devido ao trabalho de baixo e bateria, da impostação vocal como ponto de transição entre os momentos mais lentos e intensos, além dos citados elementos mais modernos e alternativos como, por exemplo, o uso de bateria eletrônica em determinado momento do novo álbum.
Essas junções, muito bem apresentadas e utilizadas em City Burials, somadas às tradicionais representações melancólicas, atmosféricas e sombrias da banda, deram vida a músicas sensacionais como Heart Set To Divide, Behind The Blood, City Glaciers que compõem o grupo das composições um pouco mais pesadas Rein, Flicker, Neon Epitaph compondo o grupo mais progressivo e com mudanças mais significativas de andamento. Por fim, vale destacar a linda Vanishers, canção mais introspectiva e melancólica do álbum, com a participação da vocalista Anni Bernhard em ótimo dueto com Renkse.
City Burials é mais um ótimo álbum lançado durante o fatídico ano de 2020 e chegou ao Brasil, através de licenciamento do selo Mindscrape Music com distribuição da Voice Music, em formato digipak simples (felizmente nada de papersleeve); um bom encarte com as letras das músicas e uma série de belas fotografias de autoria do artista plástico e fotógrafo, Lasse Hoile, excelente artista plástico que já realizou trabalhos para Steven Wilson e Porcupine Tree (cliquem no link colado no nome do fotógrafo para ver seus trabalhos no Instagram, vale a viagem). A versão nacional conta ainda com uma sensacional faixa bônus chamada Fighters.

Tracklist
01. Heart Set To Divide
02. Behind The Blood
03. Lacquer
04. Rein
05. The Winter Of Our Passing
06. Vanishers
07. City Glaciers
08. Flicker
09. Lachesis
10. Neon Epitaph
11. Untrodden
12. Fighters (bonus track)

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