701. BRAVE - THE ORACLE

Vinte e três anos de carreira completos - incluindo um pequeno hiato de quatro anos no caminho seguido de uma total e impordante reformulação no retorno-, marcados por uma intensa e respeitável presença dentro do underground paulista conquistada a partir de shows e importantes participações em festivais, além de lançamentos regulares de bons e honestos álbuns, EPs e demos, são motivos mais do que suficientes para que olhemos com atenção o que a banda de Power Metal Brave apresenta em seu terceiro álbum de estúdio, The Oracle.
Liderado pelo baixista Ricardo Carbonero e pelo baterista Carlos Alexgrave, únicos remanescentes da formação de retorno em 2009, o Brave parece ter encontrado uma muito bem vinda e necessária estabilidade em sua formação, com as entradas do vocalista Sidney Milano e do guitarrista Carlos Bertolazi em 2016, quando gravaram seu segundo álbum, Kill The Bastard.
Repetindo o mesmo ciclo de quatro anos utilizado do primeiro para o segundo trabalho, para a criação e gravação de seu novo disco, o quarteto paulista de Itu chegou ao desafiante ano de 2020, praticamente impossibilitado de se apresentar ao vivo devido ao contexto de pandemia da Covid 19, mas apresentando oito faixas completamente novas e de qualidade muito acima da média. The Oracle é resultado direto de mais uma bem vinda etapa de amadurecimento sonoro do Brave, que vai deixando de lado as predominantes influências de Judas Priest e do Power Metal europeu - agradavelmente veloz e direto mas, muitas vezes, genérico e cansativo -, misturando-as ou incrementando-as, com o peso e caráter Épico do Heavy Metal norte americano, gerando uma agradável sensação de "Grave Digger encontra Manowar".
As qualidades de The Oracle vão para muito além da redefinição da sonoridade do Brave (apesar desse fator ser de extrema importância para esse que aqui escreve), sendo também resultado claro de seu processo de composição, mais amplo e com envolvimento de toda a banda; uma produção bastante superior a dos dois primeiros discos e conduzida por Marcio Teochi em seu Teochi Studio na própria cidade de Itu; e, por fim, o entrosamento e qualidade técnica, claramente ascendentes, de todos os músicos. Apesar disso, confesso que demorei um pouco a me acostumar com as entonações mais roucas utilizadas pelo vocalista Sidney Milano em algumas das músicas do disco. 
Lançado de forma independente pelo selo Anti Poser Records, The Oracle tem entre seus melhores momentos os riffs, solos de guitarras e refrões de faixas incrivelmente pesadas, melódicas e épicas como a faixa título, We Fight For Odin, Wake The Fury e a sensacional Fall To The Empire, simplemente a melhor música da banda até o momento.
Para quem tiver interesse, o CD pode ser encontrado diretamente com a banda, através de suas redes sociais

Tracklist
01. Intro
02. Firestorm
03. The Oracle
04. We Fight For Odin
05. Valhalla
06. Wake The Fury
07. Fall To The Empire
08. We Burn The Heart

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