735. HARLOTT - EXTINCTION

Da mesma forma que o Heavy Metal viu surgir, a partir dos anos 2000, uma imensa nova geração de bandas - por todo o mundo - que praticavam sons com fortes características retrôs em relação a década de 1980 e que, inclusive, recebeu uma interessante e muito bem aceita denominação (NWOTHM) alusiva e em homenagem à histórica experiência britânica ocorrida no início dos anos 1980 que deu origem ao Heavy Metal em seu formato tradicional, o thrash Metal, estilo originado dessa mesma fonte, mas com uma pegada sonora e lírica muito mais pesada, agressiva e rebelde, e que teve seu auge na segunda metade daquela mesma década de 1980 e, viu já no início do século XXI, o surgimento de uma, cada vez mais crescente, quantidade de bandas que buscaram não apenas prestar homenagens, mas fazer parte de uma grande reformulação de sua sonoridade a partir da conexão com os sons dos grandes criadores do estilo, tanto nos Estados Unidos com o Metallica (e seus três clássicos primeiros álbuns), Megadeth, Exodus, Slayer e Testament, quanto na Europa com Kreator, Sodom e Destruction.
Dentro desse exato contexto, surgiu em 2006, na Austrália, o Harlott, uma dessas boas bandas forjadas sob essa égide, que já contam hoje com seis trabalhos de estúdio gravados, dois EP's e quatro full lenghts, em exatos quinze anos de carreira. Lançado em 2017 pela Metal Blade Records e, licenciado no Brasil pela Nuclear Music, Extinction é o terceiro full lenght dos australianos que contavam naquele momento, em sua formação, com os guitarristas Ryan Butler e Andrew Hudson (também vocalista), o baixista Tom Richards e o baterista Tim Joyce.
Trazendo em sua sonoridade um verdadeiro mergulho no som clássico de bandas da "Bay Area" norte americana como Slayer e Exodus, Extinction tem em seu tracklist uma literal avalanche sonora, focada basicamente na construção de riffs, solos e cavalgadas, apresentados em crescente intensidade, cozinha ultra veloz e vocais (obviamente) muito agressivos, que ganham ainda mais densidade e relevância ao acompanhar as letras escritas para o álbum, que tratam sobre temas polêmicos e belicosos, mas muito comuns ao Thrash Metal, como ganância, guerras, religião, caos e outras maledicências da condição humana. Elementos que, juntos, claramente levam a essa previsível possibilidade de extinção cravada desde o título desse petardo até a impactante arte de sua capa, desenhada pelo talentoso artista bielorrusso, Andrei Bouzikov.
O lançamento de Extinction no Brasil, em CD + Slipcase, pela N.M. é mais um grande acerto do nosso diminuto mas, cada vez mais atuante e certeiro, mercado fonográfico atual. Composto hoje, majoritariamente, por selos de pequeno e médio porte, sempre atentos ao que vem saindo lá fora, entre relançamentos e novidades, esse grupo de selos não restringe seu olhar a materiais de bandas consagradas ou clássicos aleatórios e pontuais de nomes mais undergrounds, pois parecem estar todos muito cientes, de que trazer novos nomes e materiais mais desconhecidos e fora da mídia ao alcance dos apreciadores e colecionares brasileiros é, manter firme e em pé, as bandeiras desses estilos e esse mercado consumidor, super fiel, mas bastante restrito.

Tracklist
01. Extinction
02. First World Solutions
03. The Penitent
04. Whore
05. No Past
06. Conflict Revelation
07. Better Off Dead
08. Violent Conspirator
09. And Darkness Brings The Light
10. Final Weapon
11. Parasite
12. Epitaph

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