740. SOEN - IMPERIAL

Formada ainda na primeira metade da década de 2000, como um super grupo composto pelo baterista sueco/uruguaio Martin Lopez, o baixista norte americano Steve DiGiorgio (Death, Testament), o vocalista  Willowtree Joel Ekelöf e o guitarrista Kim Platbarzdis; o Soen só começou a ser tocado realmente a frente em 2010, quando Lopez estava livre de seu compromisso  com o Opeth, possibilitando total atenção à sua nova banda. O lançamento do single Fraccions em 2010, abriu o caminho (além de gerar uma enorme expectativa) para que, dois anos depois, a banda finalmente conseguisse dar o passo definitivo para o início de sua carreira. Esse passo veio com seu aclamado debbut album, o excelente Cognitive - que recebeu edição nacional (Hellion Records) -, onde o Soen apresentou seu intrincado e surpreendente som que, na época, soava muito como uma espécie de Tool mais pesado e dentro do Progressive Metal, com atuações absurdamente acima da média, sobretudo de Ekelöf e sua magnífica voz, e da sobrenatural cozinha formada pela genial dupla Lopez/DiGiorgio.
Nessa quase década de intensa atividade, de 2012 para cá, o Soen continuou gravando álbuns de altíssimo nível como Tellurian(2014) e Lycaia(2017), continuando a promover interessantes e bem vindas mudanças em sua sonoridade, afastando-se aos poucos das sombras ainda impostas pelo Tool e pelo passado de seus músicos com a música extrema e o Heavy Metal, mas sempre mantendo a organicidade de sua sonoridade. Essas mudanças, que a meu ver continuam acontecendo e devem continuar enquanto a banda existir, receberam uma forte intensificação nos últimos anos, sobretudo com o lançamento de Lotus em 2019 e, com esse maravilhoso e completamente empolgante Imperial, lançado no início desse ano de 2021.
Contando atualmente com o baixista Oleksii Kobel; os guitarristas Cody Ford e Lars Enok Åhlund (também tecladista) e a própria dupla Lopez/Ekelöf, o Soen conseguiu entregar em Imperial, lançado no Brasil pelo selo Urubuz Records, um disco praticamente tão bom e surpreendente quanto Cognitive. A manutenção da decisão criativa - como dito intensificada no álbum anterior - de manter-se construindo uma sonoridade deliciosamente mais acessível e que chame atenção de públicos fora do Metal, é resultado perfeito da equilibrada mistura de todos os incríveis elementos apresentados pelo Soen desde seu início. 
Ou seja, escutar Imperial em sua íntegra, com atenção, e conseguir conectar-se a faixas como Lumerian, Deceiver, Monarch, Antagonist, Dissident e a magnífica Fortune (pelo menos hoje, minha música preferida do Soen) é, mergulhar de cabeça nas perfeitas e constantes mudanças de andamento dentro dessas composições que, continuam a intercalar com total brilhantismo, lindas e suaves melodias a momentos mais intensos e profundos ou, por vezes, simplesmente fortes e pesados. Envolver-se com esse álbum, é garantia de uma ótima viagem pela onipresente cozinha comandada pelas tradicionais e intensas linhas (tribais) de bateria de Lopez, os incríveis riffs e solos de guitarras (do competentíssimo Ford, em seu segundo disco com a banda) e, por fim, mergulhar nos perfeitos e únicos vocais de Joel, certamente um dos melhores de sua geração e maior destaque do som do Soen.
Ainda é cedo para começarmos a montar listas de melhores discos lançados nesse ano de 2021, mas, certamente, Imperial já aponta como um dos grandes favoritos a compô-la.  

Tracklist
01 Lumerian
02 Deceiver
03 Monarch
04 Illusion
05 Antagonist
06 Modesty
07 Dissident
08 Fortune

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