756. ETERNAL CHAMPION - RAVENING IRON

The Armor Of Ire (2016), primeiro álbum da banda de Epic Heavy Metal norte americana Eternal Champion, provavelmente, possui uma das maiores aprovações entre os inúmeros e mais diversos discos, lançados pelos grupos que compõem a chamada Nova Onda do Heavy Metal Tradicional. Esse fato, gerou durante alguns anos, uma enorme expectativa sobre o que a banda apresentaria em seu segundo álbum. Se continuaria exclusivamente dentro do campo do Epic Power Metal, inspirado por gigantes do underground como Manilla Road e Cirith Ungol ou, se começaria a apresentar novos elementos sonoros, surpreendendo mais uma vez seus ouvintes.
Para alegria de seus seguidores mais tradicionalistas que, como eu, foram arrebatados pela qualidade das composições, execuções das músicas e respeito à década e ao estilo, em The Armor Of Ire, o Eternal Champion, atualmente formado pelo vocalista Jason Tarpey, o baterista Arthur Rizk, a dupla de guitarristas Blake Ibanez e John Powers e, o baixista e único novato, Brad Raub - sendo Rizk, Powers e Raub também companheiros de outra banda incrível de Heavy Metal da NWOTHM, o Sumerlands -, apresenta em seu segundo full lenght, Ravening Iron (No Remorse Records, 2020) uma continuidade totalmente natural, ao mesmo tempo em que mostra interessantes sinais de evolução em sua sonoridade, com composições que seguem características já conhecidas e bem desenvolvidas em seu debbut, além de apresentar algumas ótimas novidades sonoras, mas sobretudo técnicas, com uma melhora sensível no processo de produção do álbum.
Da arte da capa, dessa vez assinada pelo lendário e brilhante Ken Kelly (Rainbow, Manowar), representando um cenário tipicamente épico, composto por criaturas fantásticas e mulheres (semi)nuas em ações e poses de submissão, e/ou comando, típicas de livros e revistas do gênero "espada e feitiçaria"; Ravening Iron apresenta, já de cara, um processo de gravação nitidamente superior a seu antecessor, tirando um pouco daquela "aura" suja, típica das gravações independentes das bandas undergrounds dos anos 1980 ao possibilitar a nitidez auditiva de todos os instrumentos. Ao mesmo tempo, consegue manter totalmente intactas as principais características de sua música, apresentando uma cozinha ainda mais entrosada (lembrando que é a mesma do Sumerlands), riffs variados e intensos que alternam com justa proporção, velocidade e cadência,  e, por fim, as interpretações das canções na voz de J. Tarpey, noltalgicamente semelhante ao canto do saudoso Mark Shelton e, certamente, um dos pontos mais marcantes dentro da ótima musica produzida pelo Eternal Champion.
Como maiores destaques do disco, dentro de seus acertados trinta e sete minutos de duração, temos as canções A Face In The Glare, de estrutura mais cadenciada e ritmada, as empolgantes faixa título e War At The Edge Of The End, a agressiva Worms Of The Earth e a pesadíssima Banners Of Arhai, faixa que claramente envereda pelos caminhos obscuros do Epic Doom Metal e encerra magistralmente esse trabalho. 

Tracklist
01. A Face In The Glare
02. Ravening Iron
03. Skullseeker
04. War At The Edge Of The End 
05. Coward's Keep
06. Worms Of The Earth
07. The Godblade - instrumental
08. Banners Of Arhai

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