810. TODD MICHAEL HALL - SONIC HEALING

Acostumado a escutar a voz do brilhante Michael Todd Hall em projetos de puro Heavy Metal tradicional e/ou Power Metal, como sua atual banda principal, o Riot (V), mas também em outras como a Jack Starr's Burning Starr (onde contribuiu em três ótimos álbuns) e, a desconhecida Reverence onde gravou outros tantos trabalhos, acabei sendo surpreendido de forma bastante positiva, ao escutar esse segundo full lenght da sua carreira - que eu confesso, até aqui não conhecia -, Sonic Healing (2021). Disco que recebeu recentemente uma bela edição nacional em CD, via Hellion Records Brazil.
Via de regra, em projetos semelhantes a esse, o músico em questão aproveita folgas em sua agenda (como uma pandemia, por exemplo) para finalmente gravar composições guardadas que se diferenciam das geralmente apresentadas por sua banda principal. O processo envolve: encontrar uma gravadora e montar uma banda de apoio, geralmente formada por músicos contratados e, às vezes, alguns convidados ilustres. Para gravar Sonix Healing, Todd encontrou na figura do lendário guitarrista, grande compositor e líder do Metal Church, Kurdt Vanderhoof, a figura perfeita que resolveu e resumiu todo o processo.
Partícipe muito ativo do processo de composição do álbum, Kurdt traz à carreira solo de Todd, muito conteúdo e talento (em forma de maravilhosos riffs e solos de guitarra), o que certamente abrilhantou o seu processo de criação, a partir de várias influências sonoras claramente retiradas de grandes ícones do Rock da segunda metade dos anos 1970 e primeira metade da década seguinte, como o Thin Lizzy, Boston, Rush, Styx, Foreigner, REO Speedwagon, Def Lepard e Triumph. Essa mistura de inspirações trazem ao disco uma diversidade absurdamente maior do que a apresentada em Letters From India (2017), álbum composto essencialmente de baladas, o que acabou tornando-o cansativo. Sonic Healing, por essa sua surpreendente diversidade, acabou ganhando uma aura de compilação, de tributo, pois em muitos momentos as faixas não parem conectar-se entre si (musicalmente), ou seguir no decorrer do disco, as naturais mudanças de forma, coerente e lineares, da grande maioria dos álbuns comuns de carreira.   
Da faixa de abertura, Overdrive, dona de elementos claros extraídos diretamente da New Wave Of British Heavy Metal, e remetendo também aos primeiros discos do Riot (principalmente a fase Guy Speranza), a Not With A Sword, que traz Hall para dentro de nossa "zona de conforto", em uma faixa sensivelmente mais próxima do Metal; o disco viaja por momentos deliciosamente diversos que arrastam quem está escutando para momentos de pura nostalgia onde o AOR e o hard rock (e também o Hard N' Heavy) eram predominantes para o Rock N' Roll, entupindo arenas no hemisfério norte.
A ótima versão nacional do álbum, traz cinco faixas bônus, que são exclusivas dessa edição, sendo duas composições inéditas que ficaram fora do primeiro corte do álbum e, três grandes homenagens para músicas que tornaram-se icônicas dentro do Rock, sendo os destaques a Let It Go do primeiro álbum do Def Lepard (High 'n' Dry, 1981) e, principalmente, a empolgante versão para a maravilhosa Fight The Good Fight canção do clássico Allied Forces, gravado pelo Power Trio canadense Triumph, também em 1981, em que Todd dá um show de interpretação absurdo.

Tracklist
01. Overdrive
02. Let Loose Tonight
03. All On The Line
04. Running After You
05. Love Rain Down
06. Sonic Healing
07. Like No Other
08. Somebody’s Fool
09. To The Bone
10. Long Lost Rock & Rollers
Bonus Tracks
11. The Other Side
12. Not With A Sword
13. Just What The Doctor Ordered (Ted Nugent Cover)
14. Let It Go (Def Lepard Cover)
15. Fight The Good Fight (Triumph Cover)

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