843. TONY MARTIN - THORNS

 
O ano de 2022 parece, que entregará a justa redenção à carreira de um dos vocalistas mais subestimados e injustiçados dentro da história do Heavy Metal. O senhor Anthony Philip Harford, mais conhecido como Tony Martin, que recebeu a desejada (que demonstrou-se com o tempo bastante ingrata) responsabilidade de substituir Ozzy Osbourn, Ronnie James Dio e Ian Gillan, nos vocais da lendária banda britânica Black Sabbath, entre os anos 1980 e 1990. E mesmo tendo gravado cinco álbuns de estúdio com Tony Iomi e companhia, sendo superado em atuações em estúdio com o Sabbath apenas por Ozzy, Martin teve seu trabalho e seus discos ignorados ou, acompanhados com muita desconfiança, por fãs e mídia especializada.
Mas por que esse ano pode apresentar uma espécie de redenção para a carreira do vocalista inglês? Em primeiro lugar podemos apontar a informação transmitida pelo guitarrista de sua antiga banda de que, seus cinco discos - The Eternal Idol (1987), Headless Cross (1989), Tyr (1990), Cross Purpose (1994) e Forbidden (1995) - finalmente, depois de resoluções de problemas contratuais, receberiam tratamento especial como o restante da discografia da banda. E, em segundo lugar, que para mim é até mais importante do que esse resgate de trabalho no Black Sabbath, por apontar o futuro da carreira do vocalista, o lançamento de Thorns (Hellion Records Brazil 2022), terceiro álbum solo do projeto com seu nome iniciado em 1992, que apresenta o talento de Tony em instrumentos de cordas como guitarra, baixo e violino, além de apresentar um ótimo e experiente time composto pelos guitarristas Scott McClellan e Dario Mollo, o baixista Magnus Rosén (Hammerfall, Jorn), o baterista Danny Needham e o tecladista Eddie George.
Apesar de trazer muitas composições inspiradas em seu período no Sabbath, que resgatam lindamente o som mais pesado, épico e cheio de clima daquela fase como As The World Burns, Black Widow Angel, a maravilhosa Book Of Shadows No Shame At All, Tony Martin também incluiu em seu novo trabalho, canções com características mais modernas (Damned By You, Nowhere To Fly e Run Like The Devil e a bela faixa título, são bons exemplos), como também outras mais direcionadas ao Hard Rock, como a deliciosa Crying Wolf e Passion Killer, que me trouxeram, respectivamente, lembranças do Scorpions e Whitesnake. Tudo potencializado pela competente produção conduzida por Pete Newdeck, que soube trabalhar bastante as qualidades vocais de Martin, conseguindo equilibrar a necessidade de destacá-lo, sem tirar os brilhos da experiente cozinha de Rosén e Needham e do notável trabalho de seus guitarristas - Mollo, companheiro antigo de Martin, desde a época da banda The Cage e McClellas, co-responsável por vários das composições de Thorns. 
Thorns é um disco bem acima da média e um dos melhores trabalhos gravados por Tony desde sua saída do Black Sabbath em 1997, após a turnê do contestado Forbidden.  Esperamos que represente a "retomada" de sua carreira, para além de participações especiais em projetos aleatórios,  e que um sucessor para esse trabalho seja breve.

Tracklist
01. As The World Burns
02. Black Widow Angel
03. Book Of Shadows
04. Crying Wolf
05. Damned By You
06. No Shame At All
07. Nowhere To Fly
08. Passion Killer
09. Run Like The Devil
10. This Is Your Damnation
11. Thorns

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