897. CLAYMOREAN - EULEGY FOR THE GODS
A Stormspell Records esteve presente na vanguarda da Nova Onda de bandas de Heavy Metal Tradicional lançando uma grande quantidade de novos nomes, como também trabalhou com bandas já veteranas, algumas inclusive dos anos 1980/1990 que, claudicavam por anos, mudando constantemente de formação, tentando firmar suas carreiras. E esse é exatamente o caso do Claymorean, banda Sérvia, fundada em 1994 pelo guitarrista Vladimir Garcevic, ainda sob o nome de Clamore e e praticando Symphonic Power Metal com vocais líricos, até em 2014, duas décadas depois e dois álbuns de estudios lançados, gravar uma nova demo apresentando uma enorme modificação em sua sonoridade, mudando exatamente para o Epic Heavy/Doom Metal de agora, quando então foi percebida e contratada pelo selo norte americano.
A discografia do grupo, formado hoje pelos guitarristas Vladimir "Vlad Invictus" Garčević e Vladimir Novaković (que gravou alguns solos no ultimo disco, mas só assumiu o posto posteriormente, ao substituir Uroš Kovačević, após a gravação e lançamento do material) , a vocalista Dejana Garčević, o baixista Goran Garčević e o baterista Marko Novaković, conta atualmente com cinco full lenghts em sua discografia, sendo os três últimos sob essa atual direção musical mais pesada e ligada ao Heavy Metal tradicional, ao qual seus membros são grandes entusiastas e fãs de bandas clássicas do estilo. Eulegy For The Gods (2021) é o melhor e mais recente deles, surpreendendo por mostrar uma banda muito mais entrosada e competente, com composições fortes, maduras e bem melhor elaboradas, embaladas por uma excelente produção tocada pelo parceiro de longa data do grupo, Boris Šurlan, que destaca com muita competência todos os instrumentos, principalmente as linhas de guitarras e vocais de Dejana.
Totalmente composto e gravado durante a pandemia de covid-19, Eulegy For The Gods foi concebido sob o olhar desconfiado e desconfortável de Vladimir Garčević - principal compositor e dono da banda -, pela ausência da rotina do contato direto entre os músicos em todo o processo. Em paralelo a isso, deu tempo para que os riffs e solos fosse melhor elaborados e que, principalmente, Dejana trabalhasse melhor seus timbres mais agressivos e entragasse performances sensacionais que foram fundamentais para o crescimento da qualidade no som do Cleymorean.
Para quem tem interesse em conhecer melhor o som do Claymorean (algo que recomendo veementemente para quem gosta de acompanhar algo mais dentro do underground do Metal Tradicional), a banda tem, hoje, enormes influências do US Power Metal e NWOBHM, sobretudo de bandas como Manilla Road, Manowar, Iron Maiden, Judas Priest e Black Sabbath nas fases Ronnie James Dio e Tony Martin. Essas inflências aparecem explicitamente em ótimas faixas como Lords Of Light, uma tocante, viajante e pesada homenagem a Mark Shelton (Manilla Road); o épico de sete minutos Mystical Realm (Deorum in absentia), melhor faixa do disco e que traz em sua letras o eterno debate sobre as crenças em forças superiores e a infinita dúvida sobre nosso real papel nessa existência; The Burning Of Rome (Cry for Pompeii), em uma grande versão para a clássica faixa do Virgin Steele presente no álbum Age Of Consent (1988); e as demais como as ótimas Battle In The Sky e In The Tombs Of Atuan, que se espalham pelo álbum apresentando grandes performances dos sérvios em letras inspiradas na literatura fantástica (mais especificamente Espada e Feitiçaria) e instrumentais com o mais puro e empolgante Heavy Metal tradicional.
Tracklist
01. Hunter Of The Damned
02. Battle In The Sky
03. The Burning Of Rome (Cry For Pompeii)
04. Lords Of Light
05. Spirit Of Merciless Time
06. Mystical Realm (Deorum in absentia)
07. In The Tombs Of Atuan
Bonus Track
08. Blood Of The Dragon (remixed & re-recorded)
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