948. SAVAGE GRACE - SIGN OF THE CROSS
Formado nos Estados Unidos, ainda no início dos anos 1980 pelo guitarrista Christian Logue, o Savage Grace lançou entre os anos de 1985 e 1986, dois álbuns que tornaram-se verdadeiros clássicos (mas restritos ao cenário underground) do Power Metal Norte americano. Após esse feito, entrou em hiato durante alguns anos, tentou voltar algumas vezes, sem sucesso e, apenas agora, trinta e sete anos depois, conseguiu finalmente reorganizar-se ao encontrar uma nova formação - que, além do veterano guitarrista e do vocalista porto riquenho Gabriel Colón, traz uma cozinha 100% brasileira com o baixista Fabio Carito e o baterista Marcus Dotta, experientes em apoio a veteranos do Metal norte americano, como Leather Leone, Warrel Dane e Tim Owens -, e um selo que os permitisse a gravação de um novo full lenght de estúdio.
Sign Of The Cross, lançado em 2023, parece ser o resultado de uma série de ideias concebidas pelo guitarrista durante as três décadas que a banda ficou parada, onde o mesmo observou as mudanças sofridas pelo seu estilo, desde a NWOBHM, até o Power Metal Europeu das décadas de 1990 e 2000. Todas essas influências convergem dentro das nove composições do disco, tornando esse um álbum que pode gerar uma certa resistência por quem tem os discos gravados nos anos 1980 em alta estima e que esperava com esse retorno, a apresentação de músicas com características retrô, na linha de vários lançamentos feitos por inúmerdas outras bandas que retomaram e tem retomado suas carreiras, nesses últimos anos. Ao mesmo tempo, é possível encontrar e perceber semelhanças e ligações entre um ou outro riff criado por Christian Logue para Master Of Desguise e After The Fall From Grace, dentro desse novo material.
Conhecidos também pela polêmica de suas capas ultra sexistas nos discos dos anos 1980, onde até sugestão de domínio masculino e estupro já esteve presente, em 2023 vemos uma grande mudança no conceito visual de representatividade feminina. A mulher na capa não é mais apresentada seminua, machucada e rendida, ela agora encontra-se completamente vestida, em uma armadura medieval completa, provavelmente derrotando um inimigo do gênero oposto, derrotado e subjudado por ela. A mudança também vem através das letras das músicas, onde provocações de dominações sado e sexualizações, presentes nas letras dos primeiros álbuns, são substituídas por temáticas mais "sérias" e comuns ao Power Metal, como Cruzadas, Guerras e afins. Já na sonoridade, resvalam alguns elementos do passado da banda, sobretudo nos citados riffs de Logue, como também influencias diretas e divertidas bandas clássicas como Queensryche antigo, Judas Priest e, mais recentes, como o Primal Fear, principalmente pelas atuações vocais do competente Gabriel Colón nas ótimas músicas: Automoton Rendezvous, Stealin'n My Hearts Away e Branded.
Tracklist
01. Barbarians At The Gate
02. Automoton
03. Sign Of The Cross
04. Rendezvous
05. Stealin' My Heart Away
06. Slave Of Desire
07. Land Beyond The Walls
08. Star Crossed Lovers
09. Branded
Bonus Track
10. Helsinki Nights
Mais Savage Grace:
Comentários