1102. KADAVAR - I JUST WANT TO BE A SOUND

Entendo (e defendo) que existem duas formas de manter o hype no som de uma banda. A primeira, é ter condições criativas de subir (ou pelo menos manter) a altura do sarrafo em relação às qualidades desses lançamentos seguindo sempre a mesma sonoridade/fórmula, como algumas bandas gigantes como o Judas Priest e Saxon conseguem fazer. Já a segunda forma, a meu ver é ainda mais difícil e ousada, consequentemente, mais empolgante (quando dá certo, obviamente), é feita por bandas que conseguem se reinventar a cada lançamento, ou a um certo período de lançamentos, sempre mantendo o altíssimo nível e empilhando álbuns memoráveis, e aí temos outros maravilhoso exemplos, como o Rush no Hard/Prog Rock e Mastodon, também no Stoned.
E por parecer que o Kadavar mandou pro espaço qualquer tipo de preocupação em buscar uma espécie de norte para os sons apresentados em seus excelentes álbuns, a banda alemã formada atualmente pelo vocalista/guitarrista Christoph Lindemann, o baterista Christoph "Tiger" Bartelt, o baixista Simon Bouteloup e o tecladista/guitarrista Jascha Kreft, parece ter atingido agora, com seu oitavo disco de estúdio, I Just Want To Be a Sound (2025) um nível de liberdade criativa, pouco comparável dentro do seu próprio meio. O que os coloca bem no ponto de transição entre a primeira e a segunda forma citadas no parágrafo anterior já que é impossível dizer o que vem pela frente (apesar de já saber que vem material novo deles por aí, previsto para o dia 07 de novembro deste, e os singles já apresentados só reforçam o que está aqui sendo escrito). 
Sucessor do maravilhosamente "esquisito" For The Dead Travel Fast (2019),  I Just Want To Be A Sound traz o, agora quarteto, para um campo muito mais melódico, aproveitando muito bem a adição de uma segunda guitarra e teclados ao seu som, diminuindo a aceleração pesada e o peso apresentados em seus primeiros discos e abraçando fortemente as características lisérgicas da psicodelia do (Kraut)Rock nos anos 1960/1970, já a partir de sua colorida capa, que por si só já é um belo spoiler do seu conteúdo.
Lançado na Alemanha pelo (para mim desconhecido) selo Clouds Hills, I Just Want To Be A Sound, tem entre seus destaques, além da faixa título, Hysteria, Let Me Be A Shadow, Scar On My Guitar, Strange Thoughts e Until The End. Esse oitavo álbum do Kadavar tirou e ainda tirará muita gente de sua zona de conforto o que por si só, em tempos de tantas repetições e mais do mesmo dentro desse universo musical retrô, tornou-se uma grande virtude gravar um álbum que tenha como objetivo "apenas ser um som", nada mais que isso.

Tracklist
01. I Just Want To Be A Sound
02. Hysteria
03. Regeneration
04. Let Me Be A Shadow
05. Sunday Mornings
06. Scar On My Guitar
07. Strange Thoughts
08. Truth
09. Star
10. Until The End

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