36. BLAZE BAYLEY – THE MAN WHO WOULD NOT DIE

Se existem “males que vem para o bem”, tenho certeza que a escolha de Bayley Alexander Cooke, ou Blaze Bayley, para substituir um dos maiores vocalistas e ícones da história do Heavy Metal em todos os tempos - Bruce Dickinson no Iron Maiden - é um dos mais notórios casos de comprovação desse ditado popular. Mais interessante ainda, é ver como os fanboys da donzela, em mais um ato de inexplicável e injusto fanatismo, apontam para o “Blazão” a culpa pela saída do antigo frontman da banda, da mudança da sonoridade do grupo e de todos os problemas e desgraças da humanidade naquele período. Puro radicalismo, ou seja, imbecilidade total.
O fato é que Blaze Bayley sempre se mostrou um grande vocalista, mas com características musicais muito distintas do seu antecessor no Iron e por isso em nenhum momento conseguiu se encaixar com a sonoridade do Iron Maiden fora do que ele próprio gravou com os caras. E isso tornou impossível a sua permanência na banda, o que com certeza foi muito melhor para ambos os lados.
Após sua saída do Iron em 1998/1999, Blaze Bayley passou a construir uma carreira solo praticamente irretocável, gravando álbuns maravilhosos que apesar de lembrarem um pouco a sua fase no Iron, foram muito além, mostrando as enormes qualidades vocais e de composição desse tão injustiçado vocalista. Dentro dessa admirável carreira longe da donzela, certamente o fantástico álbum “The Man Who Would Not Die” é o seu ponto mais alto até o momento.
Além das melhores composições e desempenho individual de toda a carreira do Blaze, o disco conta com a melhor formação de músicos que a banda já teve até hoje (Nico Bermudez e Jay Walsh nas guitarras, David Bermudez no baixo e Lawrence Paterson na bateria) e isso é percebido a todo momento, faixa a faixa, já que é clara a interferência do restante da banda no trabalho de composição do disco. Infelizmente essa formação teve vida curta, sendo mantida por apenas dois ótimos trabalhos de estúdio e outro ao vivo.
Esse álbum alterna momentos que são dignos de destaque. O primeiro do mais puro, agressivo e pesado Metal, que passam por faixas como a título, a soberba “Smile Back At Death”, passando pelas ótimas “Samurai” e “Robot”. Já a segunda faceta apresenta músicas mais cadenciadas e emotivas, destacado pelas emocionantes interpretações do vocalista em músicas como “While You Were Gone” e “Voices from the Past”.
Assisti o show dessa tour, aqui em Fortaleza mesmo e foi outro grande prazer que tive em se tratando de música, pois lá pude observar todo o profissionalismo desse grande artista, que tocou para um público minúsculo em um local sem as mínimas condições, mas fez um show irretocável e emocionante, como se estivesse tocando para uma multidão em uma arena. Realmente inesquecível.
Minha versão do álbum é nacional, lançada aqui pela Die Hard/Rock Brigade Records e ainda pode ser encontrada em lojas diversas.
PS: Essa resenha é uma minúscula homenagem ao aniversário de 50 anos desse grande guerreiro do Metal que foi comemorado no dia 29 de maio.

Tracklist
01. The Man Who Would Not Die
02. Blackmailer
03. Smile Back at Death
04. While You Were Gone
05. Samurai
06. Crack in the System
07. Robot
08. At the End of the Day
09. Waiting for My Life to Begin
10. Voices from the Past
11. The Truth Is One
12. Serpent Hearted Man

Álbum Completo

Comentários

Unknown disse…
Esse disco é espetacular...

O show que tambem estive presente foi incrivel..

faço das suas as minhas palavras. Viva o Blaze.
Sonorizando disse…
Grande Paulo, muito obrigado pela visita e pelo comentário. Tb achei incríveis os shows do Blaze que fui. Além de músicas de altíssima qualidade, ver um músico extremamente profissional, que verdadeiramente ama seu público é uma maravilha. Que ele venha mais vezes e que um dia receba a atenção e, principalmente o respeito que sempre fez por merecer.

Postagens mais visitadas