162. OPETH - WATERSHED

Mikael Åkerfeldt não compõe discos, compõe pequenas obras primas e Watershed é apenas mais uma delas. Lançado em 2008, o álbum é o nono de estúdio gravado por sua banda Opeth e o penúltimo até o momento, já que o grupo esta prestes a lançar seu aguardadíssimo décimo primeiro trabalho intitulado Pale Communion, que graças à internet já tivemos o prazer de escutá-lo com mais de um mês de antecedência.
Gravado 3 anos após Ghost Reveries, Watershed é o trabalho que encerra o maior hiato entre todos os discos do grupo. O disco pode ser visto como uma continuidade ao que foi apresentado em seu antecessor e um passo mais próximo do que foi mostrado em Heritage. Para quem não ouviu ainda esses trabalhos e não tem idéia do que estamos falando, podemos dizer que, apesar de continuar com momentos extremamentes pesados e de alguns, mas cada vez mais escassos, cantos guturais de Mikael, o que predomina mesmo aqui são os vocais limpos e as passagens cada vez mais progressivas a qual os caras parecem estar completamente inseridos na atualidade. O álbum é acompanhado também de importantes mudanças na formação do grupo com a saída do antigo guitarrista Peter Lindgren e as entradas do baterista Martin Axenrot e do guitarrista Fredrik Åkesson, além do baixista Martin Mendez e o tecladista Per Wiberg que continuaram com Akerfeldt.
Começando o disco com a lindíssima Coil, contando com a participação da vocalista convidada Natalie Lorichs, essa faixa já nos insere de cara no tom melancólico característico do Opeth, mostra claramente qual o caminho principal que seria percorrido dali em diante e serve como uma forma de preparação para as surpresas que viriam logo a seguir. Heir Apparent e a magnífica The Lotus Eater (uma das melhores músicas da banda), dão continuidade a obra mostrando o lado mais brutal e sombrio das composições do grupo. As passagens mais pesadas e extremas apresentadas As passagens mais pesadas e extremas apresentadas nessas músicas aparecem sempre intercaladas por passagens de pianos, teclados e guitarras acústicas, ou pela alternância de vocais limpos e guturais, criando passagens sonoras verdadeiramente complexas e memoráveis. Burden é uma balada lindíssima, mas que para mim serve muito mais como introdução para outro momento gigante do álbum com a explosão melancólica chamada Porcelain Heart. Sempre imagino uma uma casa abandonada e infestada de fantasmas em eterna agonia ao escutar essa pequena maravilha. Hessian Pearl com seus mais de 11 minutos de grande maestria e repletos de alternâncias é um dos pontos mais altos do álbum desse belíssimo disco chamado Watershed, a faixa trás todos os destaques aqui já apresentados em relação a composição e técnica e resumem perfeitamente o porquê do Opeth ser hoje uma das minhas bandas favoritas.

Tracklist
01. Coil
02. Heir Apparent
03. The Lotus Eater
04. Burden
05. Porcelain Heart
06. Hessian Peel
07. Hex Omega

Mais Opeth no Sonorizando:
Ghost Reveries (2005) 
Heritage (2011) 

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