280. JUDAS PRIEST – FIREPOWER

Bandas de grande longevidade, com vastas discografias e uma legião de fãs bastante heterogênea (e exigente) sempre geram intensas expectativas a cada álbum de músicas inéditas anunciado. Com o Judas Priest e seu Firepower obviamente não seria diferente.
Desde o retorno do vocalista Rob Halford (2000) depois de um hiato de 5 anos, o Judas vem mantendo uma ótima regularidade em relação a seus lançamentos de estúdio. Com exceção do experimental, complexo e muito contestado Nostradameus foram três trabalhos muito bem recebidos, sendo esse o de maior repercussão e aceitação. Alguns mais empolgados (e exagerados), inclusive já apontam Firepower como um dos melhores já lançados pelos ingleses, eu, apesar da paixão após a primeira audição e do amor a partir da segunda, não o coloco nesse patamar. Fazer comparações fortes, como a que muitos tem feito colocando-o ao lado de outros clássicos absolutos como Screaming For Vengeance, Defenders Of The Faith e Painkiller me parece ainda bastante precipitado, mas, Firepower realmente é um trabalho diferenciado, coeso e praticamente sem altos e baixos.
Esse lançamento, apesar de aclamado por crítica e fãs, torna-se meio agridoce por ter vindo acompanhado do anúncio da aposentadoria do principal Guitarrista da banda, Glenn Tipton. O músico vinha convivendo com o “Mal de Parkinson” há alguns anos, e devido à progressão da doença se encontra hoje impossibilitado de manter a agenda de compromissos do Judas. Apesar de ter gravado Firepower, o guitarrista cedeu seu lugar a Andy Sneap, que além de ótimo músico, é um dos melhores produtores de álbuns de Heavy Metal da atualidade, tendo também assinado a produção deste. Timpton aparentemente continuará compondo e trabalhando nos bastidores.
A substituição de Glenn, traz também uma nova configuração às seis cordas do Judas Priest, já gerando questionamentos de como a banda continuará sem a presença direta de sua dupla original de guitarristas (K.K. Downing já está fora desde 2011 e foi muito bem substituído pelo jovem Richard Faulkner). Ainda não sabemos se ocorrerá a efetivação de Sneap ou se será contratado um novo músico. 
Firepower é um disco esplêndido e suas qualidades são explíciltas desde a vistosa capa, uma releitura clara de um de seus maiores clássicos (Screaming For Vengeance), passando pelas composições que remetem diretamente a essa fase nos anos 1980; a grande atuação de toda a banda; finalizando com a produção de Tom Allom e Andy Sneap (mais uma pro currículo). Faixas como Lightning Strike, Never The Heroes, Flame Thrower, Spectre (simples, direta, riffs maravilhosos, refrão arrepiante, minha preferida), No Surrender e Lone Wolf são maravilhosas e, além de empolgar, causam surpresa, já que dentro do Main Stream é cada vez mais difícil observar bandas que ainda insistem e são realmente relevantes dentro dos estilos que as consagraram. Os riffs e guitarras duplas estão aqui, onipresentes, dando o tom certo para o encaixe de irretocáveis refrões conduzidos magistralmente por Rob e acompanhados pela cozinha, formada pelos monstros Ian Hill e Scott Travis. 
Nem Sea Of Red, a baladinha “manjadona” e desnecessária, presente no final do disco, atrapalha ou diminui a audição desse verdadeiro petardo. Vida Longa ao Judas Priest! 

Tracklist
01. Firepower
02. Lightning Strike
03. Evil Never Dies
04. Never the Heroes
05. Necromancer
06. Children of the Sun
07. Guardians
08. Rising from Ruins
09. Flame Thrower
10. Spectre
11. Traitors Gate
12. No Surrender
13. Lone Wolf
14. Sea of Red

Mais Judas Priest no Sonorizando:
Sin After Sin (1977)
Defenders Of The Faith (1984)
Painkiller (1990)
Redeemer Of Souls (2014)
Demolition (2001)



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