641. GRAVE DIGGER - FIELDS OF BLOOD

É bastante satisfatório ver que o Grave Digger, banda formada há exatos quarenta anos na Alemanha e participante ativa e fundamental na criação do som que era a resposta germânica à NWOBHM e ao melódico Heavy Metal sueco (Não confundam com Heavy Metal Melódico), consiga ainda hoje manter sua grande relevância e gravar álbuns tão bons quanto esse seu vigésimo álbum de estúdio, intitulado Fields Of Blood.
Lançado em 2020, internacionalmente pela Napalm Records e no Brasil pela Urubuz Records, o disco mostra um Grave Digger em pleno domínio de seu característico Epic Power Metal, independente das quatro décadas contínuas de atuação, tendo no incansável vocalista Chris Boltendahl (o único membro original) sua maior força motriz, mas tirando muito proveito de sua atual formação, bastante estável há pelo menos uma década por contar com uma base composta pelo baixista Jens Becker, na banda desde 1998 e o sensacional guitarrista Axel Ritt que se juntou à banda em 2009 substituindo outro monstro das seis cordas, Manni Schmidt; completa a formação atual do “coveiro” Marcus Kniep, que entrou como tecladista em 2014 e, a partir de 2018, acumula a função de baterista, onde vem fazendo um trabalho extremamente decente.
Conceitualmente, Fields Of Blood apresenta canções que se encontram no mesmo universo do clássico Tunes Of War (1996), e do bom The Clans Will Rise Again (2010), dando continuidade a violenta e sangrenta saga por liberdade travada na idade média pela dominada Escócia contra uma sempre pedante e inescrupulosa Inglaterra.   Sempre apresentada a partir de uma heróica visão dada ao povo escocês contra um vilanesco domínio inglês, as letras e músicas são sempre muito inspiradas nas lutas reais de figuras históricas como William Wallace e Rob Roy, elevando ainda mais o tom épico do material.
Riffs sensacionais criados por Ritt, são intercalados e completados constantemente pela trovejante voz de Boltendhal, firme mesmo com o esperado desgaste da idade, e trazendo ira e emoção com total domínio em todos os momentos solicitados pelo álbum que tem como maiores destaques as empolgantes All For The Kingdom, Lions Of The Sea, Freedom, Union Of The Crown, My Final Fight que juntas trazem os momentos mais enérgicos e empolgantes do disco e contrastam com The Heart Of Scotland e a faixa título, canções mais épicas (a segunda com mais de dez minutos e cheia de variações) e cadenciadas que são fundamentais para o envolvimento com o conceito de Fields Of Blood.
Dois anos depois de lançar o bom The Living Dead (2018) no Brasil, a Urubuz Records volta a licenciar e lançar um novo CD do Grave Digger. Mantendo sempre a alta qualidade e bom gosto de seus lançamentos, o selo apresenta uma edição totalmente digna de seu valor histórico, contando com slipcase, um sensacional poster que destaca e valoriza a incrível capa desenhada pelo artista russo Alexander Tartsus e um encarte com excelente acabamento em verniz.

Tracklist
01. The Clansman's Journey (instrumental)
02. All For The Kingdom
03. Lions Of The Sea
04. Freedom
05. The Heart Of Scotland
06. Thousand Tears
07. Union Of The Crown
08. My Final Fight
09. Gathering Of The Clans
10. Barbarian
11. Fields Of Blood
12. Requiem For The Fallen (instrumental)

Mais Grave Digger no Sonorizando:

Comentários

Postagens mais visitadas