647. METAL CHURCH - BLESSING IN DISGUISE
Formado na região de San Francisco (EUA) em
1980, mas tendo lançado seu primeiro álbum apenas em 1984, o Metal Church é uma
das bandas de Heavy Metal oriunda dos deliciosos anos 1980 que melhor
experimentou e maturou influências e sonoridades distintas dentro do Metal, até
a formação de sua própria identidade. Do resvalo na insurgente cena Thrash
Metal da Bay Area - de onde absorveu suas características mais pesadas, agressivas
e velozes, oriundas também do Speed Metal – à muito bem vinda inserção no
chamado US Power Metal - fonte clara de seu cadenciamento, teatralidade e características
progressivas e melódicas -, forjou-se a banda do genial guitarrista Kurdt Vanderhoof
e seus companheiros Duke Erickson (baixo), Craig Wells (guitarra), Kik
Arrington (bateria) e David Wayne (Voz).
Encerrando sua brilhante primeira fase em 1988
e deixando como saldo dois espetaculares e históricos discos, o Metal Church
foi afetado por uma série de problemas internos que culminaram diretamente nos afastamentos
de dois de seus principais integrantes. Mas enquanto a saída do guitarrista
fundador foi tranquila e consensual, e apesar do mesmo estar trabalhando em
outros projetos, continuou participando da banda com novas composições; a saída
de Wayne foi um pouco mais complicada e mais traumática, e apesar do sucesso
aparentemente ter se mostrado com o disco gravado em 1986 (The Dark) e da voz de David ter se tornado parte fundamental
da identidade da banda, os crescentes e insustentáveis conflitos levaram os
demais a arriscar seguir em frente sem ela.
Evitando uma dispersão e uma possível perda de
interesse pela banda, naquele mesmo ano foi contratado o jovem vocalista Mike
Howe. Descoberto por Kurdt a partir da gravação do primeiro álbum da banda Heretic,
Breaking Point (1988), Howe foi reconhecido por sua incrível e singular voz e pela
facilidade em cantar o material dos dois primeiros discos. logo se juntando ao
Metal Church e participando dos preparativos para o lançamento do terceiro álbum
de estúdio da banda. Ultimo disco gravado pelo selo que os projetou, a Elektra
Records (o mesmo que apostou no início da carreira do Metallica), Blessing
In Disguise (1989) consegue a incrível façanha de, não apenas virar a chave
da fase David Wayne mas, principalmente, a de criar uma nova que hoje é defendida
por muitos fãs como a melhor da banda.
Independente dessa e indiferente a essa disputa,
esse terceiro full lenght dos norte-americanos pode facilmente ser
encaixado entre seus melhores discos lançados e, enquanto o primeiro álbum explodia
cabeças por faixas magníficas como Beyond The Black, Gods Of Wrath e
Battalions; e The Dark mantinha o sarrafo alto com sua incrível
faixa título e a ótima Method To My Madness; Blessing In Disguise chutava bundas com
composições que se tornaram imediatamente clássicos absolutos do Metal Church,
como Fake Healer, Anthem To The Estranged (para mim no mesmo nível dos
destaques do primeiro disco) e Badlands.
Blessing In Disguise é o Metal Church em
seu ápice criativo, assim como é também o álbum que deu, de fato, o pontapé
para que o grupo atingisse seus objetivos comerciais nos Estados Unidos.
Blessing In Disguise é obrigatório.
Tracklist
01. Fake Healer
02. Rest In Pieces (April 15, 1912)
03. Of Unsound Mind
04. Anthem To The Estranged
05. Badlands
06. The Spell Can't Be Broken
07. It's A Secret (instrumental)
08. Cannot Tell A Lie
09. The Powers That Be
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