698. SINERGY - TO HELL AND BACK

A divulgação hoje (04/01/2021), logo pela manhã, do inesperado e precoce falecimento do vocalista e guitarrista finlandês Alexi Laiho - no auge de seus quarenta e um anos, em decorrência de uma grave doença que o músico vinha enfrentando nos últimos anos -, pegou a todos os apreciadores de Heavy Metal, independente do gênero preferido ou até mesmo de conhecer ou gostar do trabalho músico, de surpresa. Principalmente após sairmos de um ano tão difícil e com tantas perdas como foi o de 2020. 
Sempre discreto e de vida particular, realmente particular e fora da mídia, Alexi fez de seu último ano ativo na música, um período de bastante trabalho, lançando um novo álbum com seu principal grupo, o Children of Bodom, no primeiro semestre e já trabalhando na divulgação de um novo projeto que sucederia o COB, ainda naquele mesmo ano, chamado Bodom After Midnight, com músicas já divulgadas, e álbum anunciado. Esses fatores, quando envolvem personalidades e pessoas públicas, acabam nos distraindo e nos dando a ideia de que os mesmos são imortais aumentando ainda mais o baque quando suas trajetória são encerradas de forma tão abrupta. Mas, enquanto seu corpo vai, como descrito em muitas de  suas ótima letras, seu rico legado fica, e é impossível falar do legado de Alex Laiho sem pensar no Sinergy, sua sensacional banda de Power/Heavy Metal com a vocalista Kimberly Goss.
Formada em 1997 em Helsinki, o Sinergy lançou seu álbum de estreia, Beware The Heavens, em 1999 já apresentando sonoridade fortemente fincada no Power Metal reinante na Europa naquele período; Tendo como principais referências os conterrâneos do Nightwish, que explodiam internacionalmente naquele fim de década, e do proprio COB de Laiho, a banda conseguiu chegar a seu ápice exatamente um ano após seu primeiro disco, com o lançamento do excelente e atemporal To Hell And Back (2000). O álbum, mais um lançamento da Nuclear Blast Records, apresentou um Sinergy praticamente todo reformulado a partir dascentradas do guitarrista Roope Latvala no lugar de Jesper Strömblad, do baterista Tonmi Lillman substituindo Ronny Milianowicz e do conhecido e experiente baixista Marco Hietala (Tarot, Nightwish) aceitando a ingrata missão de substituir Sharlee D'Angelo (Arch Enemy, Spiritual Beggars, The Night Flight Orchestra, Mercyful Fate), provavelemente o nome mais respeitado do grupo em seu início.
Muito mais forte e sólido que seu antecessor, To Hell And Back apresentou um Sinergy ainda mais pesado, veloz e agressivo, com composições que claramente possuiam como destaques os deliciosos embates entre os velozes e competentes riffs e solos de guitarras de Laiho e a diferenciada voz de Kimberly, que definitivamente não se encaixava no padrão da maioria das bandas com vocais femininos (líricos) da época, apresentando linhas, uma atitude absurda (começar um álbum gritando para todos que "a vadia" estava de volta não era algo nada comum em um meio lotado de "princesas, elfas e sereias") e forma de cantar muito semelhantes a de mulheres que brilharam em bandas de Heavy Metal tradicional nos anos 1980, como Leather Leone no Chastain.  
Faixas sensacionais como a explosiva e veloz The Bitch Is Back, as empolgantes e intensas Midnight Madness (com algumas das melhores linhas de guitarra de Laiho na banda), Lead Us To War, Gallowmere, Last Scape, a espetacular e sensual Wake Up In Hell e até a ótima power balada Laid To Rest, mostram que o Sinergy conseguiu entregar, já em seu segundo disco, um álbum memorável com composições de nível e qualidade ainda mais niveladas que no disco de estreia e, principalmente, por obter total sucesso em evitar seguir o caminho dos habituais clichês reproduzidos incessantemente por grande parte das bandas de Power Metal do período e apostar mais no resgate da fúria e atitude dos primórdios do Heavy Metal.
Recomendamos!

Tracklist
01. The Bitch Is Back
02. Midnight Madness
03. Lead Us To War
04. Laid To Rest
05. Gallowmere
06. Return To The Fourth World
07. Last Escape
08. Wake Up In Hell
09. Hanging On The Telephone

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