720. OPETH - BLACKWATER PARK

O quinto álbum de estúdio do Opeth, Blackwater Park (2001), completou vinte anos de seu lançamento no dia 12 de março último e é, provavelmente, o grande divisor de águas da carreira da banda sueca de Death Metal Progressivo. 
Primeiro álbum a contar com co-produção, masterização e mixagem do genial Steven Wilson (Porcupine Tree), que trouxe toda sua experiencia com o Rock Progressivo para dentro do já brilhante som criado pelo guitarrista/vocalista Mikael Åkerfeldt desde o excelente Orchid (1995), primeiro álbum da banda. Essa rica parceria com Wilson rendeu, diretamente, a produção de três discos e, indiretamente, participações menores e mais pontuais em vários outros trabalhos da banda, além de um projeto musical, com Åkerfeldt, chamado Storm Corrosion, com um álbum gravado em 2012.
Muito da excelência de Blackwater Park encontra-se, certamente, na diferenciada qualidade dos músicos que o gravaram. A formação contendo Mikael na voz e dividindo as guitarras com Peter Lindgren, Martín Méndez no baixo e Martin Lopes na bateria, durou cerca de seis anos (entre 1999 e 2005) e é responsável pela gravação de uma série consecutiva de cinco discos excepcionais do Opeth, entre eles o magnífico Ghost Reveries (2005).
A perfeita arte da capa, apresentando elementos lúgubres e góticos, foi criada pelo sensacional artista plástico Travis Smith (Nevermore, ) e, representa esse "Parque da Água Negra", pensado e descrito nas letras de Åkerfeldt como uma espécie de umbral/portal para um lugar etéreo destinado a almas perdidas e recém desencarnadas que deixaram, prontas ou não, seus planos materiais. As sombras de pessoas atrás de árvores sem folhas, em um ambiente seco e sem vida, sombrio e extremamente melancólico, contidas nessa arte, se coadunam perfeitamente com as composições apresentadas nessa pérola criada pelo Opeth. 
As músicas mais longas e cheias de variações, características fortes do trabalho do Opeth desde seu primeiro álbum, continuam muito firmes em Blackwater Park, tendo sete de suas nove faixas com tempo superior a oito minutos. Já os vocais de Akerfeldt que, também desde Orchid (1995), é mostrado em suas duas formas, guturais e limpos (mas geralmente com predominância da primeira forma), parece receber aqui, pela primeira fez, tratamento diferente, sendo os vocais mais líricos um pouco mais presentes pelas próprias características mais intimistas e contemplativas das músicas.
Tendo dentro de seus melhores momentos, canções grandiosas e emocionantes como The Leper Affinity, Bleak, Harvest, Dirge for November, The Funeral Portrait (sendo essa mais direta e pesada, com ótimos riffs) e sua monumental faixa título; Blackwater Park, juntamente ao lado de Ghost Reveries e In Cauda Venenum (2018), são os álbum do Opeth que eu indicaria para quem nunca escutou a banda e tem interesse em conhecê-la. Obras definitivas dentro de sua carreira que, além de apresentarem a genialidade apresentada pelo grupo em todas as suas fases, mostram-no como uma entidade em constante estado de transformação criativa e sempre pronta para surpreender seus fãs.
Lançado internacionalmente pela Music For Nations, Blackwater Park é mais um dos muitos discos do Opeth que ainda não recebeu versão nacional. Sua Legacy Edition, editada pelo selo em 2012, tem apresentação no lindo formato Digibook com dois discos, sendo o segundo um DVD com todo o conteúdo do álbum em áudio 5.1 e, documentário de trinta minutos sobre seu processo de gravação. 

Tracklist - Legacy Edition
Disc 1 (CD)
01. The Leper Affinity
02. Bleak
03. Harvest
04. The Drapery Falls
05. Dirge For November
06. The Funeral Portrait
07. Patterns In The Ivy - instrumental
08. Blackwater Park
09. The Leper Affinity (live) 09:27
Disc 2 (DVD)
01. 5.0 audio mix of the original CD
02. Documentary: The Making of Blackwater Park

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