813. RUNNING WILD - BLOOD ON BLOOD

 
Shadowmaker (2012), Resilient (2013) e Rapid Foray (2016), os três últimos álbums gravados por Rolf Kasparek com o Running Wild, são títulos que apesar de possuírem alguns bons momentos, representam a fase menos inspirada da banda alemã de Speed/Power Metal. Coincidência, ou não, essa trilogia de álbuns, representa a maior parte da fase do RW em que o guitarrista/vocalista passou a tratá-lo (efetivamente) como um projeto solo, inclusive reduzindo ao máximo a participação de outros músicos, até no processo de gravação dos álbuns. Para muitos fãs, a concentração excessiva do processo criativo, a não interação com outros músicos e ideias, e até o uso de baterias eletrônicas, suprimiram muito da energia e pegada, características fundamentais para a sonoridade da banda.
Lançado em outubro de 2021, Blood On Blood parece ser um novo divisor de álguas dentro da carreira da banda, primeiro, por finalmente trazer de volta um Running Wild com uma formação completa, tendo Rolf nas guitarras base e voz, Peter Jordan na guitarra solo (repetindo a parceria que vem desde Shadowmaker) e os novatos Ole Hempelmann no baixo e Michael "finalmente o fim da bateria eletrônica" Wolpers na bateria. E em segundo lugar, mas obviamente primeiro em importância, temos aqui a necessária e urgente volta das grandes sequências de composições, sempre baseadas em fortes e empolgantes riffs e explosivos refrões e, que aqui são muito bem representadas pelas seis primerias faixas dos álbum, sendo os maiores destaques a faixa título, Wings Of Fire, Diamonds & Pearls e Crossing The Blades.
Após essa bela sequência, um gigantesco balde de agua fria chamado One Night, One Day, balada de um nível de sem vergonhice sem precedentes na história do Running Wild, cinco minutos de pura vergonha alheia que devem ser expressamente "jogados ao mar através do trampolim pelos piratas ouvintes" e que, felizmente, são completamente exorcizados pela faixa seguinte, a incrível The Shellback (até parece ter saído das sessões de gravações do clássico Port Royal, 1988) que, juntamente a apoteótica The Iron Times (1618-1648), representam brilhantemente os momentos mais épicos de Blood On Blood. Entre elas encontra-se a simpática (mas desnecessária) Wild, Wild Nights, faixa claramente inspirada no hard rock mais comercial dos anos 1980, lembrando algo do Kiss e Twisted Sister, que apesar de boa, não tem absolutamente nada a ver com o restante do disco e que poderia aparecer aqui apenas como bonus track, ou pelo menos em outro momento.
Lançado no Brasil pela Shinigami Records em sua habitual parceria com SPV Steamhammer, Blood On Blood é, provavelmente,  o melhor disco do Running Wild lançado desde The Brotherhood (2002). Um verdadeiro presente aos fãs, entregue em um belo formato digipak com três painéis, contendo encarte volumoso com letras e várias imagens legais e, como bônus, contra capa separada para os colecionadores que preferem seus discos em embalagens de acrílico adaptarem-no tranquilamente ao formato.

Tracklist
01. Blood On Blood
02. Wings Of Fire
03. Say Your Prayers
04. Diamonds & Pearls
05. Wild & Free
06. Crossing The Blades
07. One Night, One Day
08. The Shellback
09. Wild, Wild Nights
10. The Iron Times (1618-1648)


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