975. IRON MAIDEN - THE FINAL FRONTIER
Viajando conceitualmente dentro de sua excelente discografia, entre o passado histórico de antigas civilizações até futuros distópicos; da realidade social das ruas e das tensões entre classes sociais à atualidade com o advento das realidades virtuais; das batalhas mentais internas dos indivíduos aos conflitos e guerras entre sociedades, povos e nações; o Iron Maiden escolheu como conceito visual central de seu décimo quinto disco de estúdio, The Final Frontier (2010), o tema ficção científica, sob a perspectiva dos antigos livros pulps, que tratavam dos desafios (e medos) do desbravamento interplanetário e da possível existência de formas de vidas (hostis) lá fora, a espreita. Mas, nas composições do álbum, o conceito de fronteira final não se restringe ao espaço e histórias afins, mas se expande por outros caminhos já percorridos, como o das grandes navegações europeias e seus impactos em antigas civilizações, guerras e fantasias medievais.
Apesar de possuir, provavelmente, o pior início de toda a discografia do Iron Maiden, com a interminável introdução em Satellite 15, totalmente anti climática e que ofusca a boa faixa título. Logo depois, dificultando mais ainda que o disco engrene, temos Eldorado, um dos mais fracos singles (de muitos fracos e/ou enjoativos que o grupo já produziu), da carreira da banda e a dispensável Mother Of Mercy. Então, The Final Frontier só consegue realmente emplacar, já a partir de sua quarta faixa, quanto chegamos em Coming Home e Talisman. A dupla fecha o bloco das poucas faixas mais diretas do álbum, das que não rompem a barreira dos 5 minutos. E a partir daí, temos mais um mergulho do Iron dentro do Metal Progressivo Épico que vem sendo o carro chefe da sonoridade da banda há algumas décadas.
A sequência de músicas começa em uma crescente, com a ótima Isle Of Avalon, que é seguida do que considero o melhor momento do álbum com a maravilhosa quadra formada por Starblind, The Talisman, e o incrível encerramento do álbum, com The Man Who Would Be King e When the Wild Wind Blows.
Controverso desde seu lançamento, e apontado por muitos fãs como o disco mais fraco da banda por suas músicas excessivamente longas e com muitas progressões - o que tem caracterizado fortemente a sonoridade dos britânicos nas últimas décadas -, The Final Frontier é um álbum que tem envelhecido aparentemente muito bem - principalmente para quem curte o que a banda vem produzindo nos últimos anos, vide o sucesso do último disco dos britânicos, Senjutsu -, afastando muito da "ojeriza" da época de seu lançamento. E, particularmente, tenho uma forte ligação com esse lançamento, primeiro por ter sido em sua turnê de divulgação, que tive a oportunidade de ver a banda, ao vivo, pela primeira vez; segundo porque, na turnê seguinte, fui a outro show da banda no estádio onde foi gravado o álbum ao vivo da The Final Frontier World Tour (En Vivo, Estadio Nacional, Santiago, Chile. Abril de 2011).
The Final Frontier, apesar de seus "baixos e altos" (já que é assim que vejo a estrutura do disco em relação a ordem e qualidade de suas composições), é mais um bom álbum dentro da discografia da banda formada pelo sexteto composto por Steve Harris, Bruce Dickinson, Dave Murray, Adrian Smith, Janick Geers e Nicko McBrain.
Tracklist
01. Satellite 15... The Final Frontier
02. El Dorado
03. Mother Of Mercy
04. Coming Home
05. The Alchemist
06. Isle Of Avalon
07. Starblind
08. The Talisman
09. The Man Who Would Be King
10. When The Wild Wind Blows
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