1009. SORTILÈGE - APOCALYPSO

Para alegria de muitos metalheads que acompanham bandas de Metal há algum tempo, sobretudo as mais cults e/ou undergrounds, a direção do tradicional festival alemão de Heavy Metal tradicional, Keep It True realizava mais uma excelente ação de revival, ao selecionar para seu cast da edição de 2019, conseguir botar de volta a ativa o grupo francês Sortilège, encerrando um hiato de mais de trinta anos onde parte dos músicos de sua formação original, todos com ocupações fora da música, encontravam-se apenas ocasionalmente para eventos pontuais, mas sem indicações concretas de uma possível continuidade.
O convite do festival veio para o vocalista Christian "Zouille" Augustin, que já havia se apresentado anteriormente no evento tocando clássicos de sua antiga banda. Após 2019 veio a pandemia e, enquanto isso, Zouille montava uma nova formação para o Sortilège e já trabalhava em regravações para algumas composições clássicas presentes nos primeiros álbuns, ao mesmo tempo em que compunha faixas inéditas para um futuro lançamento. Após acordo feito com os outros músicos da formação original, o vocalista manteve sua versão (compartilhando do mesmo nome) do grupo na ativa, tendo a seu lado os guitarristas Olivier Spitzer e Bruno Ramos, o baixista Sébastien Bonnet e o baterista Clément Rouxel.
Em 2021 lançaram a coletânea Phoenix, com regravações e duas músicas inéditas, onde mostram bastante gás nas execuções das clássicas faixas (Zouille continua cantando muito!) e muito potencial de criação nas novidades apresentadas. Dois anos depois desse retorno, e depois de uma espera de quase quarenta anos, os fãs finalmente tinham acesso a Apocalypso, novo full lenght do Sortilège, terceiro de sua discografia contando os álbuns dos anos 1980.
Lançado pela Hellion Records - através de licenciamento do selo Season Of Mist -, que já havia colocado no mercado brasileiro todos os outros títulos de estúdio gravados pelo grupo: Sortilége (EP, 1983), Métamorphose (1984), Larmes De Héros (1986) e Phoenix (2021); Apocalypso (2023) traz como grande diferencial em relação a esses, a enorme qualdiade de suas composições, que modernizam o som épico e tradicional, com muitas pitadas do Hard N' Heavy da NWOBHM praticado pelos franceses  nos anos 1980 e com um peso e linhas vocais diferentes, mais típicas dessa atual época. Sua excelente produção, conduzida pelo guitarrista Olivier Spitzer e gravado em seu estúdio próprio, com apoio de Zouille, também precisa ser colocada em destaque.
Bastante homogêneo em relação a qualidade de suas composições, Apocalypso tem entre seus destaques faixas como: Derrière Les Portes De Babylone, Le Sacre Du Sorcier, La Parade Des Centaurs, Trahison e a própria faixa que dá nome ao disco. Vale destacar a sábia decisão em manter as músicas em francês, deixando de lado a repetição da tentativa de expansão de mercado através das mudanças das músicas para a língua inglesa, como nos anos 1980 quando foram regravados e relançados Métamorphose (Metamorphosis) e Larmes De Héros (Hero's Tears).

Tracklist
01. Poseidon
02. Attila
03. Derrière Les Portes De Babylone
04. Le Sacre Du Sorcier
05. La Parade Des Centaurs
06. Walkyrie
07. Encore Un jour
08. Trahison
09. Vampire
10. Apocalypso

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