1039. HAMMERFALL - AVENGE THE FALLEN
Quando lançou Infected, lá em 2011, a banda sueca HammerFall através de seus principais compositores, o guitarrista Oscar Dronjak e o vocalista Joacim Cans, buscava dar uma resignificada em seu Power Metal que, começava a demonstrar sinais de cansaço com letras, riffs e refrões que estavam soando cada vez mais repetitivos, tanto dentro de sua própria discografia quanto por diversas outras bandas que surgiam e seguiam proposta sonora semelhante, de resgata do som clássico do Metal nos anos 1980 e 1990. Deixando o mascote Hector de lado e trazendo temáticas diferentes em suas letras e composições, Infected gerou uma espécie de "crise" com os fãs e pode ter antecipado o fim do contrato com a Nuclear Blast Records (que foi encerrado após o álbum seguinte). Situações que, coincidentemente (ou não) levaram ao primeiro hiato do grupo em mais de quinze anos de atividades.
Os álbuns que vieram a seguir, (r)Evolution (2014), Built The Last (2016), Dominion (2019) e Hammer OF Dawn (2022) buscaram um retorno as origens, resgatando exatamente tudo que vinha sendo mostrado antes de 2011 mas, ainda muito longe da qualidade e, sobretudo do carisma, dos primeiros álbuns do grupo. O que de fato vinha acontecendo, era uma pasteurização do som dos caras, que pareciam ter se enfiado em um estado de piloto automático irreversível, como aconteceu e acontece com inúmeras bandas. Esse contexto fez com que meu interesse pelo som dos suecos diminuísse ao ponto de, eu ter adquirido o novo álbum deles (da-lhe completismo!), Avenge The Fallen (2024), poucos meses de tê-los visto ao vivo em um ótimo show no mês de Abril, no Summer Breeze Festival em São Paulo (quem não saiu ultra empolgado com os caras naquela tarde, deve estar morto) e, mesmo assim, essa empolgação meio que ficou por ali, ao ponto de eu só ter botado esse disco para tocar, e de escutá-lo com real atenção e dedicação, justamente agora no final do mês de dezembro.
Se você também curtia a banda, chegou até aqui e tinha essa mesma sensação a respeito dos álbuns citados e ainda deu uma chance a esse trabalho, peço que "perca' um pouco mais de seu precioso tempo, continue essa leitura e me acompanhe no "plot" que vem a seguir.
Formado atualmente pelos guitarristas Oscar Dronjak e Pontus Norgren, o baixista Fredrik Larsson, o baterista David Wallin e o vocalista Joacim Cans, o HammerFall chega a 2024 com o lançamento de seu décimo terceiro álbum de estúdio. Avenge The Fallen, excelentemente produzido por uma parceria entre o experiente Jay Ruston e a própria banda, é a prova de que, se você curte muito um grupo, vale muito a pena insistir com ele, mesmo que o próprio lhe dê vários motivos para o contrário. Entupido de excelentes e empolgantes riffs (Dronjak é um monstro!!!), mudanças de tempos e ritmos dentro das músicas, maravilhosas melodias e aqueles refrões ultra épicos e grudentos que explodiram as mentes de muitos metalheads desde sua estreia com Glory To The Brave, de 1997 - e que ajudaram a dar uma "nova/velha" cara ao Power Metal europeu -, o disco não é apenas muito acima da curva, como também parece demonstrar o resgate da vontade de seus compositores e músicos em serem/continuarem relevantes dentro do meio.
Oscar e Joacim (mais uma vez, assombroso!) seguem como alguns dos melhores escritores e músicos do gênero Power Metal e, com músicas como Avenge The Fallen, The End Justifies, Hail To The King e Capture The Dream parecem conseguir entregar, mais uma vez, o seu máximo criativo e de atuação em um álbum do HammerFall (nem a power balada ultra manjada dá vontade de pular). Algo que não faziam, provavelmente, desde 2002, quando lançaram o indefectível Crimson Thunder.
Avenge The Fallen, lançado no Brasil pela Shinigami Records, marca também o retorno (e que retorno!) do HammerFall a Nuclear Blast, depois de quase uma década tendo a Napalm Records como casa.
Tracklist
01. Avenge The Fallen
02. The End Justifies
03. Freedom
04. Hail To The King
05. Hero To All
06. Hope Springs Eternal
07. Burn It Down
08. Capture The Dream
09. Rise Of Evil
10. Time Immemorial
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