871. KREATOR - HATE ÜBER ALLES
Uma terrível pandemia que ceifou milhões de vidas em todo o globo e, devastou economias, escancarando falhas gritantes dentro do sistema capitalista; ressurgimento, seguido de progressiva e forte expansão, de uma nova extrema direita no ocidente (Brasil incluso); guerra explodindo no leste europeu ocasionada por disputas e controle de territórios estratégicos por potências e blocos militares imperialistas; devastação dos recursos naturais do planeta em uma proporção nunca vista; são temas muito fortes que aterrorizam nosso presente, seja por vivê-los diretamente (mais uma vez apontando nossa realidade política como um exemplo), seja através das constantes coberturas jornalísticas que anunciam um possível/provável da civilização como conhecemos.
Dentre os "trovadores da destruição" - ou Thrash Metal -, um dos estilos mais viscerais e verdadeiramente violentos dentro da música pesada e que, talvez, mais e melhor consegue apropriar-se dessas indigestas temáticas para a construção de sua arte, poucas bandas conseguem transformar ódio em riffs e excelentes e empolgantes melodias, com tanta precisão e qualidade, quanto os alemães do Kreator, e os tenebrosos acontecimentos desses últimos anos proporcionaram uma "tempestade perfeita" criativa para o nascimento de mais um petardo de estúdio dos Mestres do Metal Teutônico.
Hate Über Alles (ou, em tradução direta, ódio acima de todas as coisas) é o décimo quinto álbum de estúdio do Kreator, trazendo de volta o trio formado pelo guitarrista/vocalista Mille Petrozza, o baterista Ventor e o guitarrista Sami Yli-Sirniö Guitars e, apresentando, o competente baixista Frédéric Leclercq em substituição ao veterano de vinte e cinco anos de banda, Christian Giesler - mudança bastante significativa por ter "quebrado" a formação mais longeva da carreira dos alemães e que, não sofria alterações desde 2001, quando apresentaram um de seus maiores clássicos, Violent Revolution. Lançado cinco anos após Gods Of Violence, o album segue mostrando as principais característica sonoras apresentadas pela banda de Petrozza desde seu triunfal retorno para o Thrash Metal no início desse século. Canções mais violentas e de alta aceleração e maior agressividade, como a faixa título, Killer Of Jesus, Midnight Sun e Demonic Future, antecedem ou alternam-se com outras mais cadenciadas e épicas, perfeitamente montadas para serem acompanhadas pelos fãs em suas apresentações ao vivo, como Crush The Tyrants, Strongest Of The Strong, Become Immortal e Conquer And Destroy.
Há apenas dois anos de completar seus quarenta anos de carreira, o Kreator comprova mais uma vez, com o lançamento de Hate Über Alles (internacionalmente pela Nuclear Blast Records, com licenciamento no Brasil por sua parceira, Shinigami Records) que, a fama de ser um dos maiores nomes do Thrash Metal em atividade, não é a toa e, a soma dessas novas ótimas composições escritas por Mile e companhia, somadas à produção do disco realizada pelo talentoso Arthur Risk (mentor de bandas como Eternal Champion e Sumerlands) que conseguiu trazer de volta uma pegada mais anos 80/90 ao som dos caras e, a maravilhosa e impactante arte de capa, pintada pelo brilhante artista israelense Eliran Kantor, mais uma vez recolocam a banda no topo do cenário thrasher europeu, reforçando a imagem do grupo como um dos que melhor entendem e expressam através de seus riffs matadores, cozinha galopante e vocais odientos, a contínua e imparável sequência de caos e auto destruição que temos enfrentado.
Tracklist
01. Sergio Corbucci Is Dead - instrumental
02. Hate Über alles
03. Killer Of Jesus
04. Crush The Tyrants
05. Strongest Of The Strong
06. Become Immortal
07. Conquer And Destroy
08. Midnight Sun
09. Demonic Future
10. Pride Comes Before The Fall
11. Dying Planet
01. Sergio Corbucci Is Dead - instrumental
02. Hate Über alles
03. Killer Of Jesus
04. Crush The Tyrants
05. Strongest Of The Strong
06. Become Immortal
07. Conquer And Destroy
08. Midnight Sun
09. Demonic Future
10. Pride Comes Before The Fall
11. Dying Planet
Mais Kreator no Sonorizando:
Comentários