1031. IRON MAIDEN - FEAR OF THE DARK
Apesar de atingir seu auge em vendas de mídia física após o lançamento de Fear Of The Dark, impulsionados também pela alta exposição de videoclipes pela MTV Music (pelo menos no Brasil, videos de faixas como Be Quick Or Be Dead, From Here To Eternity e Wasting Love eram exibidos com enorme recorrência em vários programas da rede de TV), a melhor fase criativa do Iron Maiden tinha, de fato, se encerrado em 1988 quando os britânicos lançaram o seminal Seventh Son Of A Seventh Son e pareciam mergulhar seu tradicional Heavy Metal no campo do Metal Progressivo.
O álbum anterior a Fear Of The Dark, No Prayer For The Dying (1990), trazia uma tentativa da banda em voltar a uma sonoridade mais direta, simples e acelerada mas, enfrentou vários problemas relacionados à critica, aos fãs e, aos seus próprios músicos, já que o direcionamento escolhido levou, entre outras coisas, diretamente ao afastamento do guitarrista Adrian Smith, ainda durante seu processo de gravação, que contém músicas assinadas por Adrian mas, já executadas pelo seu substituto, Janick Gers.
Fear Of The Dark, então, lançado em 1992, trazia vários desafios reais para o baixista Steve Harris, o vocalista Bruce Dickinson, o baterista Nicko McBrain e os guitarristas Janick (vindo da banda solo de Bruce e aqui em seu segundo trabalho pela donzela) e Dave Murray; pois o próprio estilo musical que a banda dominava, passava por momentos de grande baixa comercial, devido o crescimento do interesse nas bandas de metal extremo formadas no final da década de 1980, das que traziam em seu som elementos alternativos e, o Grunge, que explodia na época com nomes como Nirvana, Pearl Jam, Alice In Chains e Soundgarden, o que gerava "pressão" (e aqui me refiro, sobretudo, a parte criativa) sob os compositores e músicos da banda.
Essa panela de pressão onde se encontrava, não apenas o Iron mas, o Heavy Metal desde o final da década de 1980 culminou no primeiro álbum duplo da banda. Com seus quase sessenta minutos de duração, Fear Of The Dark apresentou praticamente todos os elementos e características do som da banda praticados, principalmente, desde The Number Of The Beast (primeiro disco com Bruce) até No Prayer For The Dying, seu antecessor. De sons mais épicos e progressivos como A Fraid To Shoot Stragers e a faixa título, uma balada extremamente grudenta e "radiofônica" com Wasting Love, até sons mais agressivos com Be Quick Or Be Dead e From Here To Eternity e, obviamente, o Heavy Metal com fortes características da NWOBHM em faixas como Fear Is The Key, Childhood's End (um dos melhores momentos do álbum), The Fugitive e Judas Be My Guide.
Apesar do fato de apresentar músicas superiores ao trabalho anterior e ainda possuir seus altos e baixos criativos, Fear Of The Dark traz outros marcos não positivos (pelo menos para esse que aqui escreve) em seus bastidores. É o álbum que encerra a parceria com o incrível Martin Birch, que produziu todos os discos do grupo desde Killers (1981) - tendo Harris assumido o posto -; traz também o baque da ausência da arte de Derek Riggs (praticamente um membro da banda durante toda a década de 1980) na capa, substituído pelo talentoso Melvyn Grant que, assinaria ainda alguns títulos da banda nos anos seguintes mas, muito longe da criatividade de Derek e todas as simbologias, complexidades e contextualizações presentes em suas diversas criações com o imortal Eddie, muitas delas icônicas para o próprio Heavy Metal; e, por fim, foi o disco que encerrou a primeira passagem do vocalista Bruce Dickinson, dando início a uma nova era comercial e criativa para os britânicos.
Tracklist
01. Be Quick Or Be Dead
02. From Here To Eternity
03. Afraid to Shoot Strangers
04. Fear Is The Key
05. Childhood's End
06. Wasting Love
07. The Fugitive
08. Chains Of Misery
09. The Apparition
10. Judas Be My Guide
11. Weekend Warrior
12. Fear Of The Dark
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